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e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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17 de setembro de 2013

Mês da Bíblia (6) - 3° encontro


"O papel das mulheres no seguimento de Jesus" é o tema do 3° encontro proposto pela CNBB para este Mês da Bíblia. A base de estudo é o texto do Evangelho de Lucas.
 
Como resumo podem servir alguns trechos da Carta Apostólica de João Paulo II "Mulieris dignitatem", por exemplo:

- Maria, desde o primeiro instante da sua maternidade divina, da união com o seu Filho que « o Pai enviou ao mundo, para que o mundo fosse salvo por ele » (cf. Jo 3, 17), insere-se no serviço messiânico de Cristo. (...)  Essa realidade determina também o horizonte essencial da reflexão sobre a dignidade e sobre a vocação da mulher. Ao pensar, dizer ou fazer algo em ordem à dignidade e à vocação da mulher, não se devem separar deste horizonte o pensamento, o coração e as obras. A dignidade de todo homem e a vocação que a ela corresponde encontram a sua medida definitiva na união com Deus. Maria — a mulher da Bíblia — é a expressão mais acabada desta dignidade e desta vocação. De fato, o ser humano, homem ou mulher, criado à imagem e semelhança de Deus, não pode realizar-se fora da dimensão desta imagem e semelhança. [n. 5]

Maria, a Mãe de Jesus, é mencionada no Evangelho de Lucas nos trechos sobre a Anunciação (1, 26-38), a visita a Isabel (1, 39-56), o Nascimento de Jesus (2, 1-20), a circuncisão e a apresentação de Jesus no Templo (2, 21-40), o desencontro e o reencontro com Jesus adolescente em Jerusalém (2, 41-52), a tentativa de encontro, durante a missão pública de Jesus (8, 19-21) e [indiretamente] o elogio da Mãe de Jesus, feito por uma mulher da multidão (11, 27-28). Embora pareça estranha a "ausência" de Maria, no texto de Lucas, em tais momentos como a Morte e Ressurreição de Jesus, nada impede que identifiquemos a sua figura entre "as mulheres que iam com Ele" (cf. 8, 3; 23, 49; 23, 55; 24, 10).

Na mencionada Carta Apostólica, João Paulo II escreve também:
 
- Diversas mulheres aparecem no itinerário da missão de Jesus de Nazaré, e o encontro com cada uma delas é uma confirmação da « novidade de vida » evangélica. [n. 12]
- Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade. [idem]
- Às vezes, figuras de mulheres aparecem nas parábolas, com que Jesus de Nazaré ilustrava aos seus ouvintes a verdade sobre o Reino de Deus. [n. 13]

...e, talvez, a constatação mais importante:
 
- Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu tempo, da mulher. Ao contrário, as suas palavras e as suas obras exprimem sempre o respeito e a honra devidos à mulher. Ao contrário, as suas palavras e as suas obras exprimem sempre o respeito e a honra devidos à mulher. (...) Este modo de falar às mulheres e sobre elas, assim como o modo de tratá-las, constitui uma clara « novidade » em relação aos costumes dominantes do tempo. Isso se torna ainda mais explícito no tocante àquelas mulheres que a opinião comum apontava com desprezo como pecadoras, pecadoras públicas e adúlteras. [idem]
- O comportamento de Jesus a respeito das mulheres, que encontra ao longo do caminho do seu serviço messiânico, é o reflexo do desígnio eterno de Deus, o qual, criando cada uma delas, a escolhe e ama em Cristo (cf. Ef 1, 1-5). Por isso, cada mulher é aquela « única criatura na terra que Deus quis por si mesma ». Cada mulher herda do « princípio » a dignidade de pessoa precisamente como mulher. Jesus de Nazaré confirma esta dignidade, recorda-a, renova-a e faz dela um conteúdo do Evangelho e da redenção, para a qual é enviado ao mundo. [idem]
 
- O modo de agir de Cristo, o Evangelho de suas obras e palavras é um protesto coerente contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher. [n. 15]
 
- O fato de ser homem ou mulher não comporta aqui nenhuma limitação, como não limita em absoluto a ação salvífica e santificante do Espírito no homem o fato de ser judeu ou grego, escravo ou livre, segundo as palavras bem conhecidas do apóstolo: « todos vós sois um só em Cristo Jesus » (Ga 3, 28). Esta unidade não anula a diversidade. (...) A « igualdade » evangélica, a « paridade » da mulher e do homem no que se refere às « grandes obras de Deus », tal como se manifestou de modo tão límpido nas obras e nas palavras de Jesus de Nazaré, constitui a base mais evidente da dignidade e da vocação da mulher na Igreja e no mundo. Toda vocação tem um sentido profundamente pessoal e profético. Na vocação assim entendida, a personalidade da mulher atinge uma nova medida: a medida das « grandes obras de Deus », das quais a mulher se torna sujeito vivo e testemunha insubstituível. [n. 16]

Bem... o que podemos dizer é que as belas palavras da Bíblia e da doutrina da Igreja continuam sendo frequentemente contrariadas pela vida, inclusive daqueles que se declaram seguidores (e/ou ministros) de Jesus. Mas, ainda mais importante é reconhecer, seguindo o pensamento de João Paulo II, que as mulheres "apontadas com desprezo pela opinião pública" e defendidas em sua dignidade por Jesus, representam todos os seres humanos que, ainda hoje, encontram-se em situações de ofensa e discriminação.

Para que tenhamos mais facilidade em recorrer aos trechos do Evangelho de Lucas que mencionam as mulheres, segue aqui a lista completa das passagens:

1) As mulheres reais mencionadas pelo Evangelista:

- Maria, a Mãe de Jesus (Lc 1, 26-56; 2, 1-52; 8, 19-21)
- Isabel (1, 5-26; 1, 39-80)
- Ana (2, 36-38)
- Herodíades (3, 19)
- A sogra de Simão (4, 38-39)
- A viúva de Naim (7, 11-17)
- A pecadora (7, 37-50)
- As mulheres entre os seguidores de Jesus (8, 1-3)
- A filha de Jairo (8, 41-42 e 8, 49-56)
- A mulher com hemorragia (8, 43-48)
- Marta e Maria (10, 38-42)
- A mulher da multidão (11, 27-27)
- A mulher encurvada (13, 10-17)
- A viúva pobre (21, 1-4)
- A criada que reconheceu Pedro (22, 56-57)
- As mulheres no caminho da Cruz (23, 27-31)
- As mulheres no Calvário (23, 49)
- As mulheres no sepultamento de Jesus (23, 55-56)
- As mulheres e a Ressurreição de Jesus (24, 1-11)

2) As mulheres mencionadas por Jesus:

- Os nascidos de mulher (7, 28)
- A rainha do Sul (11, 31)
- As criadas (12, 45)
- A divisão em família (12, 52-53)
- [indiretamente] O casamento como desculpa (14, 20)
- A mãe, a mulher, as irmãs (14, 26)
- A mulher que perdeu uma moeda (15, 8-9)
- A mulher despedida (16, 18)
- A mulher de Ló (17, 32)
- Duas mulheres no fim dos tempos (17, 35)
- A viúva e o juiz (18, 2-5)
- Honrar pai e mãe (18, 21)
- Deixar a mulher (18, 29)
- Casar com a mulher do irmão falecido (20, 28-38)
- As viúvas exploradas (20, 47)
- As mulheres grávidas (21, 23)

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