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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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3 de setembro de 2013

Dscutindo a Homofobia


Na foto, nesta ordem:
Del. Mário Luiz, Thiago Araújo, Carlos Tufvesson, Loren Alexsander e Luciana Mota
 
Acabei de assistir a transmissão ao vivo do debate "Discutindo a Homofobia", promovido pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro (CEDS-Rio), em parceria com a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia e realizada no Centro de Educação Ambiental Rio+20, no Parque Madureira. É bom saber que este foi o primeiro de um ciclo de debates, promovido pela CEDS-Rio. Aguardamos as próximas edições.
 
A primeira conclusão é que estivemos diante de um altíssimo nível de debate, graças à presença dos componentes da "mesa diretora": o Coordenador Especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson (estilista e militante de direitos civis e humanos), a Coordenadora do NUDIVERSIS (Núcleo da Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos) Luciana Mota, o Delegado Titular da 77ª Delegacia de Polícia – RJ, Niterói), Mário Luiz da Silva, a Presidente do Movimento de Gays, Travestis e Transformistas (MGTT), Loren Alexsander e (o fofo!) Thiago Araújo, jornalista do portal Pheeno (e DJ!).
 
A principal discussão da noite foi dedicada ao 2º Relatório Sobre Violência Homofóbica 2012, realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O  levantamento apontou um aumento de 46,6% nos crimes de ódio  aos homossexuais, numa comparação com o ano anterior. Como disse Carlos Tufvesson, “Nossa ideia é trazer ao público o entendimento sobre a questão da homofobia no Brasil. Tirar dúvidas, elucidar situações, informar sobre direitos civis que nossos cidadãos e cidadãs possam desconhecer, mas que possuem. Nunca no Brasil vimos índices tão altos em relação à intolerância e ao preconceito” (citação via portal "iGay").
 
Uma outra conclusão é que preciso participar do próximo debate (o público tem como apresentar perguntas e sugerir questões... Bem, pode fazer isso online, mas a presença física serve também para prestigiar o evento). Entendo que a maior parte da conversa foi concentrada no assunto da violência motivada pela homofobia e das consequências legais (criminais) desta violência. Porém, de acordo com a sabedoria do povo, é melhor prevenir do que remediar, embora o processo de educação seja muito mais longo e a ação das autoridades que investigam os crimes e punem (ou, pelo menos, deveriam!) os agressores, tenha sido uma emergência. Espero, então, que nas próximas edições seja possível debater um pouco mais sobre o trabalho de formação da consciência coletiva (sim, a punição dos criminosos não deixa de ser uma ação educativa, mas tem como base o medo e não motivações positivas). Ao longo da conversa, o Delegado Mário Luiz usou um termo (referindo-se à investigação policial): "o trabalho de formiguinha". Este seria, para mim, o ponto de partida, para conversar sobre tal esforço afim de (re)formar a consciência coletiva, os costumes e o comportamento do povo. Eu usaria, até, o exemplo dos "Círculos Bíblicos", conhecidos na Igreja Católica - pequenos grupos que se reúnem para aprofundar os seus conhecimentos e, também, para evitar um total (e tantas vezes perigoso) isolamento. De maneira paralela, com a mesma metodologia de "trabalho de formiguinha", ou seja, sistemático e perseverante, teria que acontecer a sucessiva inclusão na sociedade (falou sobre isso muito bem Loren Alexsander).
 
No meio do debate apareceu, também, o assunto de religião. É, infelizmente, uma verdade que existe, principalmente no cristianismo de tantas denominações, o agressivo fundamentalismo que enxerga em qualquer pessoa "nãoheterossexual", a presença do demônio. Seria possível convidar para um desses debates alguns representantes de religiões existentes por aqui, assim como foi possível hoje a presença de um delegado da Polícia Civil (que, inclusive, afirmou ter sido o representante direto e oficial da chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha).
 
Enfim, PARABÉNS a todos os organizadores, dirigentes e participantes!

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