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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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18 de junho de 2011

Viver na Igreja

Mencionei, há um tempo, a Terceira Lei de Newton (“Para cada ação há sempre uma reação, oposta e de mesma intensidade”) [aqui] e hoje volto a usá-la como o ponto de partida para nova reflexão. Confesso (mais uma vez) que o artigo de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, deixou-me um tanto inquieto/irritado. Daí a minha reação [1, 2], talvez dura demais. Continuo sustentando a minha opinião de que o autor (naquele texto) tenha usurpado para si o direito divino de julgar as pessoas (e o amor delas), o que, para um representante de Cristo na terra, simplesmente, não convém. Jesus deixou isso muito claro: Não julgueis, e não sereis julgados (Mt 7, 1) e São Paulo (no final do texto interpretado por muitos como condenação da homossexualidade), também adverte: Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. (Rm 2, 1 - tradução da Bíblia Ave Maria). Percebi, entretanto, que eu mesmo, ao entrar nessa "briga", caí na mesma cilada, ainda que indiretamente. Quer dizer, julguei-o, por ele ter julgado. É que a minha crítica, mesmo que se refira a um texto apenas, pode deixar uma impressão generalizada (e injustamente negativa) sobre o autor em questão. Certamente, trata-se de um servo de Deus, pastor da Igreja, homem de confiança do Papa, etc. Sim, sendo um homem, é passível de erros (só o Papa é infalível, e só em alguns casos específicos), mas não é por isso que vamos jogar no lixo tudo o que ele escreve. Como prova, recomendo agora um artigo diferente (e excelente) de Dom Odilo. Não espero que o cardeal aprove o contexto desta minha recomendação, mas acho que as suas palavras possam servir perfeitamente para motivar as nossas tentativas em promover uma séria e bem estruturada Pastoral de/para Homossexuais (ou, melhor, da Diversidade). Transcrevo apenas um trecho, mas o artigo inteiro merece atenção (leia aqui). Sublinhei algumas frases...

A vida cristã pode ser definida como “seguimento de Cristo”; é estar a caminho com Jesus Cristo, pela vida afora (“eu estarei sempre com vocês...”), deixando-se atrair sempre mais por ele, aprendendo dele e tentando praticar o que dele aprendemos. Não vamos sozinhos, mas conosco seguem, no mesmo caminho, tantos outros irmãos, também discípulos do Senhor e membros da Igreja, que nos apóiam e aos quais devemos apoiar; acompanham-nos os santos do céu com sua intercessão e seu exemplo de vida, dando-nos força e coragem para perseverar e seguir em frente.

Viver “na Igreja” e sentir-se parte dela é essencial na vida cristã; caminhar sozinhos é muito difícil e desaconselhável; vamos com os irmãos, na Igreja, comunidade de fé, na comunhão dos santos. Ninguém é filho de Deus sozinho, nem discípulo solitário do Senhor... Por isso, a vida cristã requer a participação nos atos de vida comunitária, como a santa Missa dominical, as outras celebrações da Igreja e os sacramentos. Em tempos de afirmação crescente do individualismo, é necessário cultivar intensamente a dimensão comunitária da fé e da vida cristã.

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