A teoria dos mundos paralelos pertence originalmente à ficção científica, mas conquistou espaço, também, nas pesquisas da física quântica. Segundo alguns cientistas, entre os que abraçaram a ideia, os mundos paralelos são incomunicáveis entre si. Outros sustentam o contário. Por exemplo, a "teoria das cordas" (aqui) diz que nosso próprio universo é como uma bolha que existe lado a lado de universos paralelos semelhantes e esses universos podem entrar em contato entre si.
Não vou entrar em detalhes. Sempre tive problemas com ciências exatas. Bem, exceto à química, cujo professor era homossexual e costumava dar notas melhores aos rapazes, ainda que fossem analfabetos nessa matéria. Mas isso não vem ao caso. Ou vem? Quero utilizar aquela teoria para retratar a existência de, pelo menos, dois universos paralelos. Nem sei direito como definir o campo ou a dimensão em que eles se encontram (ou melhor: desencontram!). Seja o nível espiritual, cultural, moral, linguístico... enfim. Estou falando de "mundo gay" e "mundo das Igrejas" (ou religiões em geral). Quando leio ou escuto os argumentos de ambos os lados - pois "funciono", de certa forma, tanto em um, quanto no outro mundo - vejo razões, sinto paixões, reconheço preocupações. Entretanto, diferentemente da "teoria das cordas", não consigo perceber grandes possibilidades de diálogo e, menos ainda, de compreensão mútua. Talvez eu seja um pessimista. Com frequência, fico perguntando a mim mesmo: o que, de fato, pode ser feito para que o contato desses mundos paralelos aconteça? No momento, vejo-me numa "esquizofrenia existencial" que pode ser vista, também, como "hipocrisia forçada" ou "inevitável vida dupla". Com outras palavras: quando, de alguma maneira, estou "atuando" na Igreja, obviamente oculto o meu "lado B", quer dizer, a identidade homossexual. E, ao "atuar" no "mundo gay", por exemplo neste blog, escondo os pormenores da minha ligação com a Igreja. Posso estar errado, mas a intuição me diz que, justamente como na "teoria das cordas", quando esses universos (paralelos) interagem, acontece um Big Bang. Tenho certeza de não estar preparado para tal ocorrência na minha vida. Por outro lado, vejo a urgente necessidade desse contato. Como construir as pontes? Certamente, já existem sinais de aproximação. Nem todos nas Igrejas cristãs são homofóbicos. E nem todos no mundo GLBTS são "antieclesiais" (atnticlericais, antipapistas, anticristãos, etc.). Há esperança, apesar de muitos obstáculos. A minha esperança, em particular, está na ação do Espírito Santo e na promessa de Jesus de que o Paráclito nos conduzirá à plena verdade (cf. Jo 16, 13).
Encontrei, no blog "GLS é humano" (aqui) um vídeo que retrata bem a trágica realidade dos "mundos paralelos". Se a legenda ficar pequena demais para sua leitura, clique no canto inferior direito do vídeo e assista diretamente no YouTube.
"No momento, vejo-me numa "esquizofrenia existencial" que pode ser vista, também, como "hipocrisia forçada" ou "inevitável vida dupla". Com outras palavras: quando, de alguma maneira, estou "atuando" na Igreja, obviamente oculto o meu "lado B", quer dizer, a identidade homossexual. E, ao "atuar" no "mundo gay", por exemplo neste blog, escondo os pormenores da minha ligação com a Igreja."
ResponderExcluirAo ler isso,senti pena,nojo e sei lá *me recuperando do choque*...medo,acho que você tem medo de encarar a verdade com realmente ela é,nua e crua. '-'
MUITA hipocrisia.E pensar que muitos no seu meio fazem o mesmo.Padres,pastores,todos pregando que a homosexualidade é algo do demônio,e muitos praticando.E pensar que quase fui na de vocês.Reprimindo meus desejos,e vivendo uma vida amarga em nome da promessa de Deus,da sociedade integra e seus bons costumes,e blá,blá,blá...
O que dói profundamente é que muitos gays[coitados!] são enganados por pessoas como você,o velho tipinho hipocrita do "faça o que eu falo,mas não faça o que eu faço"[a sociedade tá cheio de gente assim],acaba os confundindo,deixando-os ainda mais confusos e negando quem realmente são[ao invés de ajudar,condenam].
Desculpe se pareci grosseiro,foi o único jeito que encontrei para mandar a falsa moral religiosa se f***!
Torço para que você se liberte de você mesmo.^^
PENSO COM TANTA FREQUENCIA.COMO SERA A VIDA DOS MEUS OUTROS EUS...
ResponderExcluirADORO!
Entre também nesta polêmica. Leia também a minha resposta ao Eduardo: http://teleny-retorno.blogspot.com/2011/06/ao-eduardo.html
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