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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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14 de junho de 2011

A Igreja



O "Portal Um" publicou (aqui) a homilia de Bento XVI proferida no dia de Pentecostes. Além das belas frases sobre Jesus [que] tem dignidade divina e Deus [que] tem o rosto humano de Jesus, o Papa fala bastante sobre a Igreja. Esperamos, cada vez mais, que essas palavras não fiquem, simplesmente, no ar, mas que se tornem realidade:

Recitando o Credo, nós entramos no mistério do primeiro Pentecostes: da confusão de Babel, daquelas vozes que clamam uma contra a outra, acontece uma transformação radical: a multiplicidade torna-se unidade multiforme, do poder unificador da Verdade cresce a compreensão. No Credo que nos une de todos os cantos da Terra, que, através do Espírito Santo, faz com que nos compreendamos mesmo na diversidade de línguas, através da fé, esperança e amor, se forma a nova comunidade da Igreja de Deus.

O Espírito Santo vivifica a Igreja. Ela não deriva da vontade humana, da reflexão, da habilidade do homem e da sua capacidade de organização, porque se assim fosse há muito tempo ela teria morrido, conforme passam todas as coisas humanas. Ela é o Corpo de Cristo, animada pelo Espírito Santo.

A Igreja é Católica desde o primeiro momento, que a sua universalidade não é fruto da inclusão sucessiva de várias comunidades. Desde o primeiro instante, o Espírito Santo a criou como a Igreja de todos os povos; ela abraça o mundo inteiro, supera todas as fronteiras de raça, classe e nação; derruba todas as barreiras e une as pessoas na profissão do Deus Uno e Trino. Desde o início, a Igreja é una, católica e apostólica: esta é a sua verdadeira natureza e como tal deve ser reconhecida. Ela é santa, não por causa da capacidade de seus membros, mas porque o próprio Deus, com o seu Espírito, a cria e santifica para sempre.

Eu já li (ou ouvi), em algum lugar que, em muitos ambientes e por várias autoridades, os termos "raça" e "classe" são considerados ultrapassados. Por outro lado, nunca me reparei com a expressão "raça/classe" homossexual (ou, mais aplamente: GLBTT), mas - tirando qualquer impressão pejorativa - acredito que, tal (pelo menos) "classe" exista mesmo e, apesar de algumas dificuldades, aos poucos, esteja tomando consciência disso. E não é a "classe" no sentido marxista, quer dizer, não é um grupo de pessoas que procura apenas estar contra outras classes, mas é - como se costuma dizer às vezes - uma comunidade. Como seria bom e bonito, se os gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e transgêneros, construíssem uma "classe", baseada no respeito mútuo, no intercâmbio de seus conhecimentos e experiências e não apenas numa luta contra alguém (muitas vezes, contra o "resto do mundo"). E, seria ainda melhor e mais bonito se essa comunidade/classe fosse reconhecida e acolhida pela Igreja, como sugere - ainda que indiretamente - o discurso do Papa.


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