A riqueza de conteúdo da festa de hoje, longe de ser apenas uma comemoração devocional, faz com que possamos abordá-la sob diversos ângulos.
[1] Muitos destacam a caridade como consequência prática de um encontro pessoal com Deus. Maria, ao saber do Anjo sobre a gravidez avançada de sua idosa parenta Isabel, imediatamente põe-se a caminho para prestar-lhe serviços necessários.
[2] Os apóstolos (para não dizer militantes) “pró-vida” que se dedicam à batalha contra a prática do aborto, apontam o importante detalhe da saudação de Isabel: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? (Lc 1, 42-43). O fato de Isabel ter chamado Maria de mãe e não de, por exemplo, “futura mãe”, confirma a convicção dos cristãos de que a vida de cada ser humano inicia-se no momento da concepção, pois já neste momento faz-se presente o sopro de Deus sobre a matéria, isto é, a alma de um novo ser.
[3] O Beato Papa João Paulo II atribui a Maria o título de “mulher eucarística” e nos ajuda a compreender o episódio da visitação de um novo jeito: De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus. (...) Maria antecipou também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. E, na visitação, quando leva no seu ventre o Verbo encarnado, de certo modo Ela serve de «sacrário» – o primeiro «sacrário» da história –, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, Se presta à adoração de Isabel, como que «irradiando» a sua luz através dos olhos e da voz de Maria. (João Paulo II, Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n° 55).
[4] Como, porém, a Providência Divina inseriu a Festa da Visitação de Maria na proximidade de Pentecostes e o próprio acontecimento revela coisas importantes sobre a ação do Espírito Santo, é justo que leiamos o texto do Evangelho (Lc 1, 39-56), também nessa perspectiva. Já mencionado fenômeno sobrenatural de Isabel ter a revelação da verdadeira identidade de sua jovem parenta, mostra a interevenção do Espírito Santo: Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. (v. 41). Podemos notar certa analogia entre este acontecimento e uma conversa de Jesus com os discípulos: Jesus (...) perguntou aos discípulos: “Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem?” (...) “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. (Mt 16, 13. 15-17). Tanto Isabel quanto Pedro, não descobriram a verdadeira identidade da pessoa na sua frente, por conta própria. Foi lhes revelada. Essa verdade é muito importante também para nós, para admitirmos as nossas limitações humanas em questão de reconhecimento da real identidade de outras pessoas. Com outras palavras, é o Espírito Santo que abre nosso coração e nossos olhos para o mistério do ser humano, para que vejamos nele a criatura amada e adotada por Deus como filho ou filha. Desta maneira somos curados de todo tipo de preconceito.
Anselm Grün, alemão, monge beneditino, autor de vários livros sobre a espiritualidade, num belíssimo – como sempre – texto, ajuda-nos a compreender melhor esse aspecto da Visitação de Nossa Senhora. É o trecho do livro “Festas de Maria” (Editora Santuário, Aparecida – SP, 2009). Maria transpõe uma alta montanha para chegar até Isabel. Entre nós e o outro frequentemente há montanhas de preconceitos e empecilhos, montanhas de pensamentos que nos impedem de chegar até o outro. (...) Precisamos transpor a montanha de nossos medos e bloqueios e os montes de nosso comodismo para chegar realmente ao outro. Quando tivermos saído de nós mesmos, então conseguiremos aproximar-nos do outro (...). Então encontramos no outro o mistério de Deus que supera sua inteligência. Agora reconhecemos ter encontrado a Mãe de Nosso Senhor. E desse encontro desperta em nós alguma coisa que ajuda a viver. O menino que está em nós pula; no outro, tocamos em nosso âmago. No encontro com o outro, encontramo-nos conosco mesmos, entramos em contato com a origem incorrupta e autêntica do nosso ser. Ao mesmo tempo, num encontro autêntico, abre-se para nós o mistério do outro. Percebemos quem ele é realmente, percebemos que nele a Mãe de Nosso Senhor vem a nós, que o mistério mais profundo do outro é o próprio Cristo. E assim, no encontro com o outro, tocamos no próprio Deus. O encontro autêntico faz os dois tocarem sempre num mistério que os ultrapassa: liberta densidade e presença, a ponto de o próprio Deus tornar-se experimentável. (p. 73-74)
fiquei surpreendido com o blog. achei que caras como vc não existiam... rs Stolichnaya é melhor mesmo ou é puro palpite?
ResponderExcluirabç/:-)
rsrsrs vou tentar achar Stolichnaya, mas vc fala por experiência ou puro palpite mesmo? rs
ResponderExcluirabç:-)
putz cara, queria tto conhecer alguem com esse tipo de experiência para conversar.
ResponderExcluirme add no msn se quiser conversar um pouco...
dresguerra2371@hotmail.com
Rs...
ResponderExcluirTenho experiências, tanto com aquela vodka russa (é ótima mesmo, e gelada, nem se fala), quanto com os relacionamentos, digamos, complicados. Algo parecido com o que Você tenha descrito no seu blog: um Ex (tentando se reaproximar e eu sem saber o que fazer); o atual (com crises de ciúme doentio) e um outro que me atraía muito e que acabou substituindo o anterior. E não parou por aí. Eu comecei a sentir uma nova atração (olhando para outro rapaz), enquanto estava sendo traido pelo namorado da época. Enfim... Como não deu em nada com o novo e o antigo optou pelo novo relacionamento, agora estou sozinho... Ah! E tenho certeza de que a bebida não é solução...