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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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2 de maio de 2011

O Dia do Trabalho

A beatificação de João Paulo II e a Festa da Divina Misericórdia deixaram no segundo plano - pelo menos em meio dos católicos - o Dia Internacional do Trabalho (ou do Trabalhador, como querem algumas fontes). Em 1º de Maio de 1886, na cidade de Chicago, principal centro industrial dos Estados Unidos da época, milhares de trabalhadores saíram às ruas em passeata para protestar contra as condições de trabalho. Eles eram submetidos a uma jornada diária de 13 horas, e reivindicavam a redução para oito, como é atualmente. Naquele dia, o tumulto tomou conta da cidade. Pessoas foram presas, muitas ficaram feridas e algumas chegaram a morrer no conflito com a polícia. No ano de 1889, em homenagem à greve geral de Chicago, o Congresso Socialista, em Paris, instituiu a data de 1º de Maio como o Dia Mundial do Trabalho. No Brasil, o reconhecimento só ocorreu em 1925, pelo então presidente Arthur Bernardes, que decretou 1º de Maio como feriado nacional. Comícios, passeatas e manifestações sindicais costumam marcar a passagem da data. No leste europeu, o dia 01 de maio, serviu como instrumento para solidificar o sistema comunista (ou socialista), até a sua queda, na virada dos anos 80 e 90. Para os católicos, oprimidos pelo sistema político-social, a data trazia emoções negativas, mesmo com a tentativa da Igreja de "preencher" o conteúdo desse dia, através da memória litúrgica de São José Operário. O Beato João Paulo II dedicou ao fenômeno do trabalho humano uma das suas primeiras encíclicas ("Laborem exercens", 1981 - o texto está no site do Vaticano: aqui), dando continuidade à doutrina social da Igreja. O Papa conclui assim este verdadeiro tratado sobre o trabalho humano: Procuramos, ao longo das presentes reflexões dedicadas ao trabalho humano, pôr em realce tudo aquilo que parecia indispensável, dado que é mediante ele que devem multiplicar-se sobre a face da terra não só «os frutos da nossa atividade», mas também «a dignidade do homem, a comunhão fraterna e a liberdade». O cristão que está atento em ouvir a Palavra de Deus vivo, unindo o trabalho à oração, procure saber que lugar ocupa o seu trabalho não somente no progresso terreno, mas também no desenvolvimento do Reino de Deus, para o qual todos somos chamados pela potência do Espírito Santo e pela palavra do Evangelho. (n° 27)
Neste blog estão sendo publicadas as reflexões a partir do ponto de vista de um homem católico e homossexual. No contexto do Dia Internacional do Trabalho (Trabalhador), trago um trecho do livro de Kimeron N. Hardin: "Auto-estima para homossexuais. Um guia para o amor próprio" (Editora Summus; São Paulo, 2000): Algumas das ideias que você tem a seu respeito como funcionário ou profissional podem estar diretamente relacionadas às ideias genéricas que você tem a respeito de si mesmo. Se você acha, por exemplo, que não merece elogios ou atenção na sua vida pessoal, é provável que também se sinta assim na sua vida profissional. (...) Caso você, como criança gay ou lésbica, tenha aprendido que chamar atenção para si mesmo frequentemente gerava especulações a respeito de sua sexualidade, talvez você tenha tendência à adequação, mantendo-se medíocre. Você pode estar dizendo a si mesmo que, ao evitar o olhar extra do seu chefe, está se protegendo da possibilidade de a sua sexualidade ser descoberta. A discriminação no emprego certamente é uma realidade, tanto no que diz respeito a gênero, religião ou orientação sexual. Várias demissões ocorreram por razões não relacionadas diretamente ao trabalho e que de nenhuma maneira afetavam o desempenho profissional dos envolvidos. Como nós, infelizmente, não deispomos de proteção contra discriminação em muitos ambientes, o medo de se expor e perder o emprego pode ser real. Sua carreira pode, portanto, ter consequências positivas e negativas na sua auto-estima e vice-versa. Encontrar um equilíbrio confortável entre as necessidades pessoais e as profissionais será importante para a sua satisfação de uma maneira geral. (p. 109-110)

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