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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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8 de maio de 2011

A mãe

O laço (chame-o de conexão, ligação ou comunhão) que une a mãe e o filho/a filha, é incomparável. Assim como o amor. Existem outros tipos de relação, mas esta é inigualável. E não se trata apenas de uma realidade física. Os nove (ou menos) meses da gestação criam uma intimidade que perdura por toda a vida. É algo que mistura fatores biológicos, emocionais e - por que não - místicos (espirituais). A natural intuição feminina é potencializada com o dom da maternidade. E como a maternidade (como a paternidade) é uma participação direta da obra do Criador, não hesito em considerar a ituição materna sobrenatural. Para mim é coisa certa: a mãe sabe sobre os filhos muito mais do que eles imaginam. Sem dúvida, a revelação de homossexualidade do filho ou da filha, é um impacto para mãe, mas, na maioria das vezes é, justamente, a mãe quem dá o maior apoio para gente. E nós, homossexuais, devemos sempre lembrar-nos disso. Eu mesmo, um quarentão, nunca falei sobre a minha identidade gay, para a minha mãe. Recentemente, fiz alusão a respeito disso, em uma carta. Em resposta, ela escreveu que vamos conversar sobre isso pessoalmente. Não será grande surpresa para mim se, nessa conversa, ela dissesse que já sabia, há muito tempo. A essência da maternidade é o amor. Ainda que haja exemplos de rejeição - desde aqeulas notícias sobre as mulheres que deixam o recem-nascido numa lixeira, até as mães que expulsam os filhos homossexuais de casa - a grande maioria das mães apresenta traços heróicos. Neste Dia das Mães, presto esta singela homenagem e expresso a minha gratidão: Mãe, obrigado por ser o que você é! Desculpe por todas as vezes em que provoquei suas lágrimas. Que Deus te abençoe abundantemente.
No site do Grupo de Pais e Mães de Homossexuais (aqui), podemos ler vários depoimentos, tanto de mães e pais de homossexuais, como dos próprios gays e lésbicas, sempre no contexto da relação familiar. Em um dos relatos, a mãe conta:  Acho que foi o momento mais sofrido de toda a minha existência! O meu mundo foi destruído na totalidade. Meus sonhos, dilacerados. Meu filho não parecia mais meu filho. Era o fim de tudo! Pensei que enlouqueceria, que não resistiria a tanto sofrimento. Chorei dias e dias seguidos. Não comia, não dormia, não conseguia trabalhar. Fiquei doente. Menstruei fora da época, vomitava, tinha diarréia. Meu único pensamento era esse: Como aceitar que o meu filho, querido e amado, inteligente, íntegro, honesto,não passava de uma “bicha”? O que eu conhecia sobre o mundo dele era negro. Era muito nojento. Era promíscuo. Por tempos, sofri sozinha... Estava de luto.... Li livros, textos e tudo que surgia na minha frente... Descobri então o Grupo de Pais de Homossexuais. Parece que uma porta se abria para mim. (...) No grupo, ninguém estava ali pra me apontar, me criticar. Pelo contrário, as pessoas estavam ali para uma ajuda mútua, para se aconchegar, para que pudessem chorar todas as suas lágrimas, ter um colo. Penso que todos os pais como eu, que se encontrassem nessas condições e tivessem a chance de encontrar um grupo de apoio, as coisas seriam menos sofridas.Apenas 1 ano se passou desde a minha descoberta, mas a relação com o meu filho é excelente. Somos parceiros, somos mãe e filho, integrados...
Acredito que uma Pastoral para Homossexuais, estruturada, aprovada e apoiada pela Igreja, poderia - entre outras atividades - oferecer um valioso suporte para as mães e os pais.

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