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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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6 de maio de 2011

As vozes da Igreja [1]

O título deveria ser, talvez, "A voz da Igreja", mas o plural, neste caso, é um sinal de esperança. Com outras palavras: ainda bem que a Igreja não tem uma única voz... Na ocasião da decisão do Supremo Tribunal Federal de ontem (com que a união homoafetiva seja reconhecida como uma entidade familiar e, portanto, regida pelas mesmas regras que se aplicam à união estável dos casais heterossexuais), apareceram na mídia em geral (e nos veículos de comunicação GLBTS, em particular), os relatos sobre a reação da Igreja Católica no Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em uma assembleia anual, incluiu à pauta dos assuntos, também, a notícia sobre a decisão do STF. O portal Gay1 (aqui) afirma: Dom Anuar Battisti, gaúcho e arcebispo de Maringá (PR), chegou a dizer que chamar de casamento a união entre homossexuais representa uma “agressão frontal” à família. Para ele, se o projeto for aprovado no STF, as pessoas estarão “institucionalizando a destruição da família”. Entretanto, no site oficial da CNBB, podemos ler declarações - digamos - bastante moderadas e até positivas, proferidas por autoridades, tais como o Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro: Para dom Orani, “A Igreja sempre defendeu e defenderá os direitos das pessoas. É contra qualquer exclusão, sempre combateu todas as formas de exclusões, luta pelos oprimidos e quer levar a vida para todos”. O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Mol Guimarães, disse que é justo quando se concede aos casais homoafetivos os direitos econômicos, repartição de bens, mas ressaltou que a preocupação da Igreja é com a entidade família. Dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo de Nova Friburgo (RJ) disse que é preciso para a diferença entre união civil e casamento. “Uma coisa é união civil, outra coisa é casamento”. Ainda segundo ele, “o direito de duas pessoas que conviveram e constituíram patrimônio, herdar, eu penso que é consenso, mas não se deve chamar a essa união casamento”. (Leia a matéria na íntegra aqui. O assunto em questão está na segunda parte do texto). No mesmo site da CNBB, com data anterior (12.01.2001), portanto antes da recente notícia sobre a decisão do STF, Dom Eduardo Benes, Arcebispo de Sorocaba (SP), no artigo "Diversidade sexual" (aqui), escreve: O respeito e o amor às pessoas com configuração homossexual, qualquer que seja sua condição existencial, são de fundamental importância para a paz na família e na sociedade. Ajudá-las a se integrarem com dignidade na vida da Igreja e da sociedade é nossa missão de pastores. Mas é nossa missão também ensinar que matrimônio é a união estável entre homem e mulher a quem, por primeiro, cabe a missão de gerar e educar os filhos.
Conclusão: a demonização dos bispos católicos ou da Igreja, enquanto instituição, frequentemente não tem tantos fundamentos assim. Se os autores, que pertencem a "facção mais agressiva" (e antieclesial) do mundo GLBTS, prestassem mais atenção às opiniões reais da Igreja, isso facilitaria bastante o diálogo com a Igreja e o conhecimento mútuo...

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