É uma sensação ímpar, poder dizer, de coração: EU TE AMO. Quem já experimentou isso, sabe de que estou falando. No início de um relacionamento bem-sucedido é mais comum e mais frequente que esta declaração aconteça. Depois, as coisas mudam e é feliz quem vê aquelas coisas mudarem apenas um pouquinho. Existem, certamente, vários fatores que contribuem para o enfraquecimento do amor. O primeiro perigo, em minha opinião, mora naquilo que, por natureza, seria algo super positivo: a segurança de ter finalmente conquistado o coração da pessoa amada. Quanto mais cresce essa segurança, costuma diminuir a preocupação, ou melhor, o zelo. Entra rotina assassina. Com ela, muitas vezes, infiltra-se a tentação de procurar aventuras por fora (como dizem, pular a cerca). E mesmo que consigamos resistir àquela tentação, com a rotina vem o descuido emocional: impaciência, irritação, cobranças, desentendimentos, brigas, etc. Bem, muito comum é, também, o tédio. Temos, portanto, uma trança maligna (não confunda com a transa) que, como a corda da forca, aperta o nosso pescoço. Ou melhor, o pescoço do nosso amor. Como evitar essa cilada? Os livros de “auto-ajuda” apontam como solução, o diálogo. Em parte, concordo com a ideia, mas gostaria de ampliá-la a um tipo diferente de diálogo. É o diálogo consigo mesmo. Este diálogo deve ser humilde, sincero e corajoso. A pergunta principal e frequente, é: Eu seria capaz de morrer pela pessoa amada? Podem surgir respostas esfarrapadas, do tipo: “Sim, mas, graças a Deus, não é necessário”. Neste momento é bom lembrar que se pode morrer de varias maneiras, quer dizer, em dimensões diversas. Ceder, é uma delas. Saber esperar é outra. Perdoar, mais uma. E assim por diante. Entretanto, o sentido mais exato e literal, é essencial. Pergunto-me, então, mais uma vez: estou disposto a dar a vida por aquele que amo?
Jesus disse: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. (Jo 15, 13)
E também: A palavra que eu falei o julgará no último dia. (Jo 12, 48)
Nenhum comentário:
Postar um comentário