Em homenagem ao Papa João Paulo II, na ocasião de sua beatificação, neste 01 de maio de 2011, faço aqui o convite a todos: conheçam o seu ensinamento, aprofundem o seu testemunho, reconheçam nele o grande Apóstolo do homem. Eu sei que, no "mundo gay", a Igreja, enquanto instituição e cada um dos sucessores de Pedro, não têm uma boa fama. De fato, até o Santo Padre João Paulo II tem, no seu arquivo de documentos e pronunciamentos, coisas referentes à homossexualidade, que nam sempre conseguimos aceitar. A explicação para isso está no entendimento de que todo papa, por mais que tenha sido o chefe da Igreja, o soberano, precisa de um "jogo de cintura", para agir e falar dentro do contexto doutrinal e institucional. Muitos chamavam João Paulo II de revolucionário. Outros, talvez em número ainda maior, viram nele um conservador e "cabeça dura". Precisamos ler mais, estudar os textos, conhecer o pensamento. Vamos descobrir um grande servo de Deus e defensor do homem. Como exemplo, cito hoje algumas frases da Mensagem para o Dia Mundial da Paz, 01 de janeiro de 1989. O texto inteiro pode ser lido aqui.
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O primeiro princípio é a inalienável dignidade de cada pessoa humana, sem distinções relativas à sua origem racial, étnica, cultural e nacional ou à sua crença religiosa. Não há pessoa alguma que exista só para si mesma; mas encontrará a sua mais completa identidade na relação com os outros; o mesmo se pode afirmar dos grupos humanos. Estes têm efetivamente um direito à identidade coletiva que deve ser tutelado, em conformidade com a dignidade de todos e cada um dos que dele fazem parte.
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A obrigação de aceitar e de tutelar a diversidade não cabe somente ao Estado ou aos grupos. Cada pessoa, como membro da única família humana deve compreender e respeitar o valor da diversidade entre os homens e ordená-lo para o bem comum.
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O primeiro direito das minorias é o direito a existirem.
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Um outro direito a ser salvaguardado é o direito que têm as minorias a preservar e a desenvolver a própria cultura.
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Não há dúvida de que o desenvolvimento de uma cultura baseada no respeito pelos outros é essencial para a construção de uma sociedade pacífica; mas, infelizmente, também é evidente que a prática efetiva desse respeito nos dias de hoje encontra não pequenas dificuldades.
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As minorias, de fato, devem oferecer a sua específica contribuição para a construção de urn mundo pacífico, que reflita a rica diversidade de todos os seus habitantes.
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A crescente tomada de consciência que hoje se observa, em todos os níveis, a respeito das condições das minorias, constitui no nosso tempo um sinal de firme esperança para as novas gerações e para as aspirações desses grupos minoritários. O respeito para com estes, efetivamente, deve ser considerado, de algum modo, como a pedra de toque para uma convivência social harmoniosa, e como o índice da maturidade civil alcançada por um país e pelas suas instituições.
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Quando o Pai enviou o seu Filho à terra, confiou-lhe uma missão de salvação universal. Jesus veio para que todos «tenham a vida e a tenham abundantemente» (Jo 10, 10). Nenhuma pessoa e nenhum grupo estão excluídos desta missão de amor unificante, que agora nos está confiada a nós.
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Quando a Igreja fala de discriminação em geral ou - como na presente Mensagem - daquela particular que atinge os grupos minoritários, ela dirige-se em primeiro lugar aos próprios membros, seja qual for a sua posição ou responsabilidade no seio da sociedade. Assim como não pode existir espaço para a discriminação dentro da Igreja, assim também nenhum cristão pode conscientemente encorajar ou apoiar estruturas e atitudes que dividem as pessoas das outras pessoas e os grupos dos outros grupos. O mesmo ensinamento deve aplicar-se a todos aqueles que fazem recurso à violência e a apóiam.
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Concluindo, desejo exprimir a minha proximidade espiritual àqueles membros de grupos minoritários que se encontram no sofrimento. (...) Elevo a minha oração, para que as provações em que se encontram cessem logo, e todos possam gozar na segurança dos próprios direitos.
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