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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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25 de dezembro de 2010

A PALAVRA


A Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14) - a frase do Prólogo do Evangelho de São João marca o dia de hoje. É o mistério da Encarnação, no qual, Deus eterno e todo-poderoso, invisível, tornou-se visível, palpável, próximo. Emmanuel, o Deus-conosco. A mesma frase leva-me, também, a refletir um pouco sobre a palavra em si. Enquanto a Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós, a palavra humana continua na sua, tão comum, banalização e manipulação. É tão fácil usar a palavra (humana e divina) como instrumento de agressão. Às vezes, um texto, começa por despertar esperanças e, com a leitura mais atenta, acaba dissipando as mesmas esperanças...
Encontrei, nesta noite de Natal, o texto de homilia do bispo de Viseu (Portugal). Fiquei animado com o título: "A pior crise é a rejeição" (leia aqui), pois foi o mesmo assunto que abordei no 6° dia da recente "Novena de Natal" (aqui). O bispo, dom Ilídio Leandro, afirma: A crise pior é a rejeição – não haver lugar para as pessoas. E, depois, cita as situações de crianças, de famílias e de pobres. Ah, eu sei que seria um exagero esperar que um prelado falasse sobre a homofobia, a rejeição de homossexuais. Mas - pensei - tocar no assunto de rejeição, pode ajudar, também, a NOSSA CAUSA. Depois voltei à leitura. Chamou a minha atenção um trecho que fala de "famílias que não são reconhecidas nem protegidas na sua identidade e missão". Lembrei, então, de todas aquelas opiniões (lançadas, inclusive, pelos bispos católicos) sobre "o perigo" e "a ameaça" que a homossexualidade e os homossexuais representam em relação à família. Sem muito esforço podemos encontrar inúmeros exemplos de intolerância, desprezo e até ódio, justamente dentro de famílias que, "cumprindo a sua missão", rejeitam os homossexuais, em particular, os próprios filhos. Em conclusão, diria que a família que rejeita e agride os homossexuais está realmente ameaçada em sua estrutura e identidade. Pois, como ensina a Igreja: a família, no desígnio de Deus, é constituida como uma comunhão de amor e acolhimento. Vamos pensar nisso...

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