ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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20 de dezembro de 2010

NOVENA DE NATAL (8° dia)


O CASAMENTO

TEXTO BÍBLICO: Mt 1, 18. 24b-25
Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. (...) José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus.

LEITURA/REFLEXÃO
1) A posição da Igreja sobre o Matrimônio não deixa a mínima sombra de dúvida. Com muita frequência podemos ler e ouvir a confirmação do matrimônio heterossexual como o único possível e legítimo. Ainda mais, diante de inúmeras campanhas e decisões de parlamentos em vários países, a voz da Igreja parece ficar cada vez mais forte e clara. De certo modo, resumo de todo este ensinamento, encontramos no documento da Congregação para a Doutrina da Fé (de 2003), assinado pelo, então, Prefeito dessa Congregaçã, o Cardeal Joseph Ratzinger (hoje o Papa Bento XVI), "Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais" (leia na íntegra aqui):
Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimônio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas. (...) Não existe nenhum fundamento para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimônio e a família. (...) Em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimônio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação. Nesta matéria, cada qual pode reivindicar o direito à objeção de consciência.
2) A minha opinião pessoal pode não agradar a muitos ativistas de movimento GLBTS que lutam, justamente, pelo reconhecimento das uniões de homossexuais (ao menos na lei civil), pelo direito de adotar filhos e pelo direito de pensão, entre outros. Há quem lute pelo reconhecimento de um casamento entre pessoas do mesmo sexo na Igreja, ou seja, como uma das formas de Sacramento do Matrimônio. A minha opinião é que toda esta luta (especialmente no último caso citado) é como aquela de Dom Quixote de la Mancha (de Cervantes): uma luta contra moinhos. Com outras palavras, acredito que a Igreja nunca vai abrir mão de sua doutrina sobre o matrimônio (casamento). Alguém vai dizer que isso é um monopólio? Respondo: sim, é um monopólio. Usando termos populares: é como se Deus entregasse os seus direitos autorais à Igreja. O casamento é, por natureza (em sua dimensão sobrenatural), hetrossexual. Pois bem, não há, então, solução? De novo apresento apenas a minha opinião pessoal: acho que se gasta, inutilmente, muita energia numa batalha já perdida, somente por causa de uma palavra - o casamento (matrimônio). Se este já tem a sua definição, para que tentar - em vão - alterar isso? Agora faço uma observação, para que esta opinião fique mais clara. Não sou contra o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Ao contrário, acredito muito neste amor (pretendo dedicar a este assunto a meditação do 9° dia desta novena). Não sou contra o reconhecimento civil e religioso (!) das uniões estáveis entre as pessoas homossexuais. Falo apenas sobre o uso de termo "casamento" ou "matrimônio". Eu sei que são os termos importantes, cheios de conteúdo e de simbolismo. Sei, também, que este é um grande sonho de muitos homossexuais, mas... será que vale a pena brigar tanto pelo nome que usamos? Será que não vale mais a pena lutar mais pela realidade do que pelo nome da coisa? Por que não satisfaz o termo "união", "compromisso", ou outro qualquer? Porque parece "técnico" demais? Por não ser tão romântico? Ora, os homossexuais são mundialmente reconhecidos como pessoas mais sensíveis, criativas, poéticas, etc. Será que ninguém consegue inventar um termo novo, bonito e, também cheio de conteúdo e simbolismo?
3) Fairchild e Nancy Hayward, no livro “Agora que você já sabe. O que todo pai e toda mãe deveriam saber sobre a homossexualidade” (Editora Record; Rio de Janeiro, 1996), escrevem: Uma das principais preocupações dos pais amorosos é que seus filhos encontrem a felicidade no casamento. Para pais cientes de que seu filho é homossexual, esta esperança parece uma trágica farsa. A possibilidade de que um relacionamento homossexual possa proporcionar as mesmas ricas recompensas oferecidas pelo casamento tradicional parece remota, especialmente para aqueles que tenham ouvido apenas mitos e informações deturpadas a respeito da vida homossexual. Solidão e uma série de romances fracassados, aos quais se seguirão anos de solitária e desditosa velhice, parecem ser a única opção.
Nós, como pais, nos sentimos particularmente animados em ter boas notícias nessa área, porque compartilhamos a mesma preocupação - nós queremos que nosso filho ou filha experimentem os benefícios de um compromisso firme e maduro com aquela pessoa cujo amor significará mais do que qualquer coisa neste mundo. E isso acontece. Homens e mulheres homossexuais se apaixonam e vivem felizes tal como acontece com casais tradicionais. (p. 157-158).
ORAÇÃO
Hoje vou pedir ao Senhor a graça de reconhecimento de união estável de pessoas homossexuais pela Igreja. Oro, também, por aqueles que já vivem esta união, pelos que nela acreditam e estão procurando por "aquela pessoa especial". Depois do trecho do Salmo (Sl 85[86], 1-8), rezo um "Pai nosso" e uma "Ave Maria".
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Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido,
escutai, pois sou pobre e infeliz!
Protegei-me, que sou vosso amigo,
e salvai vosso servo, meu Deus,
que espera e confia em vós!
Piedade de mim, ó Senhor,
porque clamo por vós todo o dia!
Animai e alegrai vosso servo,
pois a vós eu elevo a minh'alma.
Ó Senhor, vós sois bom e clemente,
sois perdão para quem vos invoca.
Escutai, ó Senhor, minha prece,
o lamento da minha oração!
No meu dia de angústia eu vos chamo,
porque sei que me haveis de escutar.
Não existe entre os deuses nenhum
que convosco se possa igualar;
não existe outra obra no mundo
comparável às vossas, Senhor!

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