Na linguagem popular, o termo "ignorância", equivale à arrogância, embora o seu significado original não seja exatamente o mesmo. O Dicionário do Aurélio traz a seguinte definição: inorância - Falta geral de conhecimento, de saber, de instrução. / Estado de quem ignora. / Falta de conhecimento de um objeto determinado: ignorância da lei. / Imperícia, incompetência. Por sua vez, a arrogância, (segundo a mesma fonte) é: Atitude altaneira; altivez; orgulho; insolência. Frequentemente podemos ouvir a declaração de alguém que pretende "partir para a ignorância", quer dizer, tornar-se agressivo, brigar. Por exemplo: "Não me conformei e parti pra ignorância." Sem dúvida, ambas: a ignorância e a arrogância, podem tornar-se vizinhas e cúmplices, alimentando-se mutuamente. Acho difícil dizer qual delas aparece primeiro. Pode acontecer que, por arrogância, alguém permaneça na ignorância. Igualmente, por ignorar a verdade, alguém torna-se arrogante. É o exemplo do Evangelho de hoje (Jo 7,40-53). Apesar de todos os milagres realizados por Jesus e de toda admiração do povo, neste caso, também dos guardas do templo, as autoridades judaicas permanecem arrogantes. “Também vós vos deixastes enganar? Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!” (vv. 47-49). E argumentam: Porventura o Messias virá da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?” (vv. 41-42) Respondem a Nicodemos que apelava à lógica e ao bom senso: Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta. (v. 52) Quem, de fato, precisava de estudar, eram eles: os fariseus e os sacerdotes do templo. Faltou-lhes, no entanto, a humildade de Sócrates que dizia: "Só sei que nada sei". Outro grande filósofo, Platão, afirmava que a ignorância pode ser tão profunda que não a percebemos ou a sentimos, isto é, não sabemos que não sabemos, não sabemos que ignoramos (leia uma matéria interessante sobre este assunto no blog "Templário Lusitano" - aqui). É o caso daqueles religiosos de Jerusalém. É o caso, também, de todos aqueles que tomam atitudes arrogantes e agressivas, em relação a homossexuais. Cito aqui um texto, reproduzido por muitos autores, portanto sem a definição exata de sua origem. Tenho a impressão que a história complementa bem a reflexão de hoje. O comandante das tropas de ocupação disse ao prefeito de um povoado: "Temos certeza de que você está escondendo um traidor em seu povoado. A menos que você o entregue, nós vamos exterminar todo o seu povo. O povoado estava, mesmo, escondendo um homem que parecia bom e inocente e que era amado por todos. Mas, o que poderia fazer o prefeito, agora que o bem-estar do povoado todo estava sendo ameaçado? O conselho do povoado passou horas discutindo o assunto, mas não chegou a conclusão alguma. Então, o prefeito levou o assunto ao conhecimento do padre. Ambos passaram a noite toda consultando as Escrituras e, por fim, chegaram a uma solução. Havia um texto que dizia: "Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?" (Jo 11,50) Assim o prefeito entregou o homem inocente às forças de ocupação. O homem foi cruelmente torturado, seus gritos podiam ser ouvidos em todo o povoado. Finalmente ele foi morto. Algum tempo mais tarde passou pelo povoado um profeta que foi até o prefeito e lhe disse: "O que você fez? Aquele homem tinha sido escolhido por Deus para ser o salvador deste país. E você o entregou para ser torturado e morto!" - "O que podia eu fazer?" - contestou o prefeito. - "O padre e eu procuramos nas Escrituras e agimos de acordo com elas". "Esse foi o seu erro" - disse o profeta. - "Você procurou nas Escrituras, mas devia ter procurado dentro dos olhos dele".
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