O DOM
TEXTO BÍBLICO: Jo 1, 16-18
Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
LEITURA/REFLEXÃO
1) O 6° dia da oitava de Natal coincide com o fim de ano. Neste último dia, inevitavelmente nos vem o resumo do ano inteiro. Foi bom? Foi ruim? ...foi diferente, com certeza. Coisas que aconteceram como consequências de atos e circunstâncias antigos e que, por sua vez, irão trazer reviravoltas no futuro. Tirei lições, mas se aprendi algo, saberei mais tarde. Em tudo que aconteceu, pude experimentar a veracidade da promessa do Senhor: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13a). Com frequência não temos a capacidade de entender, nem a Palavra de Deus, nem os acontecimentos da nossa própria vida. Nem estes últimos, à luz daquela primeira. Mas Deus conhece as nossas limitações. Como ocorre com a Igreja ao longo dos séculos, acontece, também, com cada discípulo de Jesus, em particular. As coisas se “encaixam” aos poucos. Começamos a compreender, com mais clareza, a nós mesmos, o mundo que nos cerca, as coisas que acontecem e... o plano de Deus. Quanto mais compreendemos (ainda que por uma intuição apenas), ficamos mais dispostos a aceitar este plano, pois é um plano de amor e salvação. Eu sei que, a maioria das respostas, só teremos lá, na casa do Pai, mas, em sua infinita bondade, Ele nos mostra coisas novas e nos ajuda a caminhar. “A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1, 17). Este é o meu resumo do ano que está terminando.
2) Em seu livro “Direção espiritual e homossexualidade” (Edições Loyola; São Paulo, 2006), o padre jesuíta James L. Empereur, fala muito sobre a homossexualidade como um dom, até mesmo um carisma. Nada de deficiência ou desvio. Faz a comparação com a vocação à vida religiosa (consagrada), sem se esquecer de uma diferença importante: A comparação do carisma de gays e lésbicas com o chamado para a vida religiosa não constitui uma analogia completa. (...) Os religiosos são poucos em comparação à população total, e pede-se a elas que vivam de certa maneira, que carrega consigo certa qualidade contracultural. (...) Também os homossexuais são uma minoria. Também eles devem viver vidas contraculturais. (...) Ao contrário dos homens e mulheres religiosos, eles não tiveram escolha quanto à vocação. Não lhes perguntaram se queriam ser homossexuais. (...) O carisma não se baseia primariamente na escolha, mas é um dom oferecido a alguém para ser compartilhado porque o mundo necessita desse dom. (p. 5-6) A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1, 17).
3) Padre James reflete sobre o sentido de homossexualidade como um carisma: Assim como Deus ofereceu certo dom aos sacerdotes, irmãos ou irmãs na vida religiosa para que seguissem o evangelho com certo caráter público, assim Ele ofereceu aos homens gays e mulheres lésbicas um dom sexual especial, que exibe de maneira pública a diversidade e a beleza de Deus em nosso mundo. Todas as criaturas de Deus expõem a obra de Deus, mas o mundo também precisa de variação um tanto surpreendente de sua sexualidade para ajudar seus irmãos e irmãs a ter uma compreensão maior da realidade de seu Deus. (p. 5) “Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo 1, 18).
4) Falando de analogias, encontramos um pensamento (ou uma lógica) semelhante, no livro-entrevista, “Cruzando o limiar da esperança”, que tem o Papa João Paulo II como protagonista, numa conversa com o escritor e jornalista italiano Vittorio Messori (Editora Francisco Alves; Rio de Janeiro, 1994): Poderíamos, de fato perguntar-nos: por que o Espírito Santo permitiu todas essas divisões (entre os discípulos de Jesus)? (...) Para esta pergunta podemos achar duas respostas. Uma, mais negativa, vê nas divisões o fruto amargo dos pecados dos cristãos. A outra, pelo contrário, mais positiva, é gerada pela confiança Naquele que tira o bem até mesmo do mal, das fraquezas humanas: por isso, não poderia ser que as divisões tenham sido também um caminho que levou a Igreja a descobrir as múltiplas riquezas contidas no Evangelho de Cristo e na redenção operada por Cristo? Talvez tais riquezas não pudessem vir à luz de maneira diferente... (p. 147).
“Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo 1, 18).
ORAÇÃO
Neste fim de ano e diante de tanto pensamento positivo, louvo ao Senhor, mas também confio a Ele o ano de 2011 que está chegando. Salmo 65(66), 1-5:
Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
LEITURA/REFLEXÃO
1) O 6° dia da oitava de Natal coincide com o fim de ano. Neste último dia, inevitavelmente nos vem o resumo do ano inteiro. Foi bom? Foi ruim? ...foi diferente, com certeza. Coisas que aconteceram como consequências de atos e circunstâncias antigos e que, por sua vez, irão trazer reviravoltas no futuro. Tirei lições, mas se aprendi algo, saberei mais tarde. Em tudo que aconteceu, pude experimentar a veracidade da promessa do Senhor: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13a). Com frequência não temos a capacidade de entender, nem a Palavra de Deus, nem os acontecimentos da nossa própria vida. Nem estes últimos, à luz daquela primeira. Mas Deus conhece as nossas limitações. Como ocorre com a Igreja ao longo dos séculos, acontece, também, com cada discípulo de Jesus, em particular. As coisas se “encaixam” aos poucos. Começamos a compreender, com mais clareza, a nós mesmos, o mundo que nos cerca, as coisas que acontecem e... o plano de Deus. Quanto mais compreendemos (ainda que por uma intuição apenas), ficamos mais dispostos a aceitar este plano, pois é um plano de amor e salvação. Eu sei que, a maioria das respostas, só teremos lá, na casa do Pai, mas, em sua infinita bondade, Ele nos mostra coisas novas e nos ajuda a caminhar. “A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1, 17). Este é o meu resumo do ano que está terminando.
2) Em seu livro “Direção espiritual e homossexualidade” (Edições Loyola; São Paulo, 2006), o padre jesuíta James L. Empereur, fala muito sobre a homossexualidade como um dom, até mesmo um carisma. Nada de deficiência ou desvio. Faz a comparação com a vocação à vida religiosa (consagrada), sem se esquecer de uma diferença importante: A comparação do carisma de gays e lésbicas com o chamado para a vida religiosa não constitui uma analogia completa. (...) Os religiosos são poucos em comparação à população total, e pede-se a elas que vivam de certa maneira, que carrega consigo certa qualidade contracultural. (...) Também os homossexuais são uma minoria. Também eles devem viver vidas contraculturais. (...) Ao contrário dos homens e mulheres religiosos, eles não tiveram escolha quanto à vocação. Não lhes perguntaram se queriam ser homossexuais. (...) O carisma não se baseia primariamente na escolha, mas é um dom oferecido a alguém para ser compartilhado porque o mundo necessita desse dom. (p. 5-6) A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1, 17).
3) Padre James reflete sobre o sentido de homossexualidade como um carisma: Assim como Deus ofereceu certo dom aos sacerdotes, irmãos ou irmãs na vida religiosa para que seguissem o evangelho com certo caráter público, assim Ele ofereceu aos homens gays e mulheres lésbicas um dom sexual especial, que exibe de maneira pública a diversidade e a beleza de Deus em nosso mundo. Todas as criaturas de Deus expõem a obra de Deus, mas o mundo também precisa de variação um tanto surpreendente de sua sexualidade para ajudar seus irmãos e irmãs a ter uma compreensão maior da realidade de seu Deus. (p. 5) “Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo 1, 18).
4) Falando de analogias, encontramos um pensamento (ou uma lógica) semelhante, no livro-entrevista, “Cruzando o limiar da esperança”, que tem o Papa João Paulo II como protagonista, numa conversa com o escritor e jornalista italiano Vittorio Messori (Editora Francisco Alves; Rio de Janeiro, 1994): Poderíamos, de fato perguntar-nos: por que o Espírito Santo permitiu todas essas divisões (entre os discípulos de Jesus)? (...) Para esta pergunta podemos achar duas respostas. Uma, mais negativa, vê nas divisões o fruto amargo dos pecados dos cristãos. A outra, pelo contrário, mais positiva, é gerada pela confiança Naquele que tira o bem até mesmo do mal, das fraquezas humanas: por isso, não poderia ser que as divisões tenham sido também um caminho que levou a Igreja a descobrir as múltiplas riquezas contidas no Evangelho de Cristo e na redenção operada por Cristo? Talvez tais riquezas não pudessem vir à luz de maneira diferente... (p. 147).
“Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo 1, 18).
ORAÇÃO
Neste fim de ano e diante de tanto pensamento positivo, louvo ao Senhor, mas também confio a Ele o ano de 2011 que está chegando. Salmo 65(66), 1-5:
Aclamai a Deus, toda a terra,
cantai a glória de seu nome,
rendei-lhe glorioso louvor.
Dizei a Deus: “Vossas obras são estupendas!
Tal é o vosso poder que os próprios inimigos vos glorificam.
Diante de vós se prosterne toda a terra,
e cante em vossa honra a glória de vosso nome.”
Vinde contemplar as obras de Deus:
Ele fez maravilhas entre os filhos dos homens.
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