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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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19 de janeiro de 2011

Casamento e adoção

O site da agência Zenit publicou uma entrevista com Ingrid Tapia, advogada, especialista em direito constitucional e direitos humanos, professora decana de direito romano no Instituto Tecnológico Autônomo do México (leia aqui na íntegra). O assunto: casamento de pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças pelos mesmos casais. Achei, ao menos, o tom das declarações um tanto suave embora, em alguns pontos, sarcástico. Ingrid parece até defender os homossexuais, reconhecendo o mal da discriminação, mas não deixa de sustentar alguns argumentos equivocados. Por exemplo: Todas as pessoas de um país devem ser reconhecidas pelo Estado, todos nós devemos fazer um esforço por incluir e não discriminar as pessoas por sua preferência sexual ou crença religiosa. Estar comprometidos com a não-discriminação não significa que as leis das maiorias devem ser criadas segundo o capricho das minorias. Pergunto: por que, de repente, os direitos passam a ser considerados "caprichos"? Qual é fundamento para isso? Só porque são manifestados pela minoria? Outro exemplo: ZENIT: O que dizer com relação às adoções por parte de homossexuais? Ingrid Tapia: Isso é o cúmulo. Na França, Inglaterra e em 46 estados da União Americana, a adoção homoparental é proibida. O que a corte fez é um ultraje; as crianças são concebidas como objetos de satisfação, e não como sujeitos. Pergunto: qual é o fundamento para afirmar tal coisa? Os casais hetrossexuais procuram ter filhos e sentem uma grande satisfação quando isso acontece. Mas a satisfação (ou a felicidade) de ser pai ou mãe não impede que eles reconheçam os filhos como "sujeitos". Por outro lado, há muito mais exemplos de abandono ou agressão em relação às crianças nas famílias basadas no casamento heterossexual (os pais imaturos entediados com o brinquedo chamado filho) e não somente pelo fato de serem estes casais uma evidente maioria. De fato, um casal homossexual que precisa enfrentar inúmeros obstáculos até conseguir realizar o seu desejo de ter filho(s), dá muito mais valor à presença de uma criança em sua casa. Não quero dizer que isso seja algo fácil ou que sempre dá certo. Mas, sem dúvida, há aqui muito mais amor e muito menos rotina, do que em grande parte de famílias dos casais hetrossexuais. Em outro momento da entrevista, Ingrid Tapia diz: A criança em adoção seria destinatária de desprezo devido às decisões de seus pais. Com outras palavras: há muita homofobia na nossa sociedade. O que, então, é certo? Reconhecer o preconceito como algo normal e, por isso, evitar (ou impedir) a adoção dos filhos pelos casais homossexuais? Ou investir numa educação da mesma sociedade, libertando-a da homofobia? O primeiro parece mais fácil. Mas o que está mais correto? Enfim, a polêmica continua e não tem previsão de um final feliz próximo...

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