Pelo menos umas 2-3 vezes por ano participo de um encontro que para muita gente pode parecer algo impossível, ou uma loucura. Para mim não é... Para ser mais exato, trata-se de um reencontro que, desta vez, foi ainda mais especial. Acredite ou não, mas mantenho o contato frequente com o meu último ex-namorado (vou chamá-lo aqui de "L.") e mesmo tendo encerrado o relacionamento que durou uns três anos, hoje em dia somos melhores amigos. O penúltimo namorado meu (vou chamá-lo aqui de "M"), também é um bom amigo, embora os nossos encontros sejam menos frequentes por ele estar morando atualmente em São Paulo. Ele não é amigo apenas meu, mas também daquele que ocupou o seu lugar. Resumindo: nós três (eu e os meus dois últimos ex-namorados) cultivamos a amizade recíproca e sempre quando o "paulistano" vem ao Rio, procuramos nos encontrar e passamos pelo menos uma ótima tarde juntos. Em meados deste mês almoçamos juntos (na casa do "L") e o resto foi uma deliciosa tarde de altos papos e muitas gargalhadas. Houve, também, alguns desabafos particulares "nos bastidores". O "L" continua, há mais de um ano, em seu lindo e sereno relacionamento (se não me engano, o terceiro depois do nosso), está super feliz e eu compartilho a sua felicidade, torcendo que dure para sempre. Tive a oportunidade de conhecer o namorado dele e tenho certeza de que os dois formam um belíssimo casal. Quem me surpreendeu e deixou preocupado foi o "M". Primeiro, ele me lembrou que já se passaram 10 anos desde o momento em que terminamos (eu sempre fui péssimo em lembrar de datas e quaisquer números em geral). Ao me lembrar daquele tempo em que ele tinha sido trocado pelo "L" (sim, sim, o mesmo), ele me disse (com uma cara que eu não conhecia): "Você quer comemorar?". Entendi imediatamente, mas a surpresa me fez perguntar: "Comemorar, comemorar? Como assim?". - "Ah, não me diga que você se esqueceu de como se faz isso!". Confesso que fiquei sem resposta, tentei fazer piada e acabei mudando de assunto. Mais tarde ele me disse apenas: "Então... Entendi que a sua resposta é 'não', certo?". Certo. Não que eu tenha perdido a atração que sentia por ele. É que eu compreendo o sexo de outra maneira. Para mim é a consequência e a expressão de um relacionamento amoroso (pois é, sou careta mesmo). E eu não acredito muito no "relacionamento à distância" (como disse antes, ele mora atualmente em São Paulo). O que me preocupou, porém, foi a outra declaração dele: "Pense em sexo casual... Sou eu!". O "M", depois de terminarmos, ficou algum tempo sozinho e depois viveu um relacionamento de três anos (acho interessante essa sequência de triênios, diga-se de passagem), em seguida, passou um tempo fora do país e ao retornar, começou a "caça". Disse que já perdeu a conta, mas trata-de de "uns 30 caras", na maioria desconhecidos (alguns até de nome), de lugares inusitados e situações perigosas. Enfim... fiquei bastante preocupado e confesso que me senti um tanto culpado (afinal, mais que provavelmente, fui eu quem o introduziu a "essa vida"). Conversei depois com o "L" que discordou da minha sensação de culpa e decidiu dar uma bronca ao "M". O nível da nossa amizade atual permitiu que tal bronca não se baseasse na minha "fofoca". O próprio "M" contou a mesma história ao "L" e só depois levou a prometida bronca que, de fato, expressava a mais autêntica preocupação e um conselho: "Vê se arruma um namorado! É muito melhor e mais seguro".
Existe uma analogia entre os pais e os ex-namorados (pelo menos no nosso caso). Assim como muitos pais têm dificuldade de admitir que os filhos, um dia, deixam de ser crianças, assim eu pensei que o rapaz com quem terminei há 10 anos, fosse o mesmo também hoje. As pessoas evoluem. As vezes na direção previsível e outras vezes não...
Os nossos relacionamentos fazem parte do passado, mas o amor continua. Não é mais o amor de intimidade sexual, mas o mais sincero desejo de felicidade para cada um, junto com o respeito pelo espaço particular do outro, não deixam de significar um amor verdadeiro. Há coisas que só compartilho com eles e não conheço ninguém que consiga me compreender como eles. Por isso mesmo detesto os slogans do tipo: "Se ex-namorado fosse bom, não seria ex", "Ex-namorados são como vestidos velhos. Você vê um retrato antigo e diz: como um dia tive coragem de sair com aquilo?", "Não derrame lágrimas pelo 'ex'! Derrama logo gasolina e taca fogo". As frases desse gênero, criadas por uma mente mesquinha e retardada, mostram a total ausência de amor. E não apenas depois de um relacionamento rompido, mas principalmente enquanto ele durava. É o mesmo nível de idiotice que ouvimos todos os dias no insistente e irritante lançamento de um CD na TV globo: Tá duvidando, é? Cuidado que eu te esqueço e você cai do cavalo. Tá se achando, é? Aproveita que um dia eu te esqueço na gaveta! (Fernando e Sorocaba, "Gaveta").
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Obs.: A foto acima remete a dois fenômenos da atualidade televisiva (o seriado "Looking", estreado recentemente na HBO e a novela da globo "Amor à vida"). Nenhuma dessas histórias retrata a nossa, embora existam alguns elementos um tanto parecidos...
Olá, teleny!
ResponderExcluirLegal a tua relação com os ex. Esse lance de sexo depois que já virou amigo é tenso mesmo. Eu acho que também não aceitaria... sei lá.
Abraço.
Algum tempo atrás aceitei a proposta do meu primeiro namorado que naquela altura já era "ex" e eu estava no terceiro relacionamento... Ou fui eu mesmo quem fez a proposta? Pois é, já agi feito um cafajeste... Enfim, não foi nada bom e depois daquela experiência nunca mais admiti tal possibilidade. Obrigado, Ti@go! Grande abraço!
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