ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



_____________________________________________________________________________



27 de janeiro de 2014

Paixonite


Limerência é um estado cognitivo e emocional involuntário que resulta de um desejo romântico por outra pessoa (objeto da limerência) combinado por uma intensa, avassaladora e obsessiva necessidade de se ter o sentimento correspondido. O termo foi cunhado em 1979 pela psicóloga e escritora norte-americana Dorothy Tennov para descrever o conceito que havia surgido em suas pesquisas em meados dos anos 60, quando entrevistou mais de 500 pessoas sobre o amor. A palavra, que apareceu pela primeira vez no ano de 1979 livro "Love and Limerence: The Experience of Being in Love" (Amor e Limerência: A Experiência de Estar Apaixonado, em tradução livre).
Mais recentemente, a limerência foi definida em relação ao transtorno obsessivo-compulsivo como “um estado interpessoal involuntário que envolve pensamentos, sentimentos e comportamentos intrusivos, obsessivos e compulsivos que são contingentes e dependem da percepção de reciprocidade emocional da parte do objeto de interesse”.
Limerência também foi definida em termos de seus efeitos potencialmente inspiradoras e de sua relação com a teoria do apego, que não é exclusivamente sexual, como sendo "um estado involuntário potencialmente inspirador de adoração e de apego a um objeto da limerência envolvendo pensamentos, sentimentos e comportamentos intrusivos e obsessivos que vão da euforia ao desespero, a depender da reciprocidade emocional percebida”.
A teoria do apego enfatiza que "muitas das mais intensas emoções surgem durante a formação, manutenção, interrupção e renovação dos primeiros laços afetivos". Sugere-se que "o estado de limerência é a experiência consciente da motivação do incentivo sexual" durante a formação de um vínculo: "uma espécie de experiência subjetiva da motivação do incentivo sexual" durante o "intensivo... estágio de formação de pares" do vínculo afetivo humano.
A limerência pode durar dias, meses, anos, ou até mesmo pelo resto da vida da pessoa afetada. Na linguagem popular, é conhecida como Síndrome de Paixonite Aguda. (Wikipédia)

_____ ♂♂☼♥♥♪♪☺☺♪♪♥♥☼♂♂ _____

Na prática, as coisas acontecem da seguinte maneira: ele está ao meu lado quase o tempo todo. Juntos assistimos e comentamos os programas da televisão, rimos das mesmas burrices e nos emocionamos com as mesmas cenas. Passeamos, fazemos compras, tomamos sorvete. Conversamos longamente sobre vários assuntos, contamos os nossos segredos do passado, relatamos aquilo que marcou a nossa vida e descrevemos os nossos familiares. Sim, dormimos juntos, mas (ainda ) não fizemos sexo. No momento, o mais importante é dormir "de conchinha". Já nos tornamos muito íntimos, o nosso olhar é apaixonado. Quando tomamos coragem para revelar algum defeito particular, uma mania ou vício, o carinho mútuo cresce ainda mais. Na presença de outras pessoas comunicamo-nos com caretas e olhares que só nós entendemos. Fazemos planos para o futuro e o que mais desejamos é viajar. Sonhamos em nos casar um dia (no futuro não muito distante) e morar junto pelo resto da vida. Não há ciumes, desentendimentos, neuroses. Também não ficamos exageradamente grudados. Eu gosto de ver quando ele escreve, passa a roupa ou faz qualquer outra coisa. As vezes ele sai e eu fico esperando pelo seu retorno. Quando isso acontece, percebo que ele sentiu saudade, assim como eu. Enfim, estamos muito felizes...

Um detalhe: tudo isso acontece dentro da minha cabeça. Se eu, um dia, tivesse a ocasião de encontrá-lo pessoalmente (sim, sim, ele é real), muito provavelmente eu confundiria o real com o imaginário. Ficaria decepcionado se ele não atendesse ao meu carinho ou não compreendesse as minhas piadas. O rapaz, certamente, ficaria espantado com o meu entusiasmo e - por me considerar um maluco - nunca mais teria vontade de me ver. Digo isso, porque já experimentei essas situações. A minha paixonite não é apenas aguda, mas se repete com bastante frequência. A única solução seria encontrar uma pessoa real, antes que surja o seu "substituto" imaginário...

Tive três namorados reais, cinco ficantes  e, talvez, uns cinquenta casos de paixonite. Quase sempre separadamente, ou seja, uma pessoa de cada vez. Em sua grande maioria, essas paixonites não saíram da minha cabeça. E, em poucos casos, ao saírem, as minhas tentativas (de me aproximar, de "abrir o jogo" ou até de "dar em cima") tinham sido frustradas. Algumas pessoas, diga-se de passagem, deixaram de falar comigo. Tudo isso parece ser suficiente para nunca mais me deixar levar por esse tipo de coisa. Acredite quem quiser... Estou, no momento, de uma paixonite nova...

Eu sei que as desilusões fazem parte da vida e por mais dolorosas que sejam, são saudáveis. Até agora, tirando os três relacionamentos felizes [enquanto duravam], todo o resto não passou de ilusão. Seria querer  e pedir demais, que a desilusão se limite apenas às qualidades da pessoa (afinal, só Deus é perfeito) e não à possibilidade real de tal pessoa namorar comigo?

2 comentários:

  1. Ai ai... conheço isso. A vida inteira tive dessas por amigos ou pessoas próximas.
    Espero que você consiga e seja feliz ;)
    abç,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hehe.. é bom saber que não sou único... Obrigado Ti@ago! Vou correr atrás da felicidade! Grande abraço!

      Excluir