ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



_____________________________________________________________________________



8 de novembro de 2010

Anselm Grün - "Lutar e amar" (2)

Continuo a (re)leitura do livro de Anselm Grün "Lutar e amar - Como os homens encontram a si mesmos" (veja a primeira reflexão). Digo logo: não é um livro sobre a homossexualidade, mas sobre a masculinidade. O autor, entretanto, não foge de assuntos delicados e polêmicos. É honesto e corajoso. Fala, por exemplo, sobre a afetividade do homem. Voltada, inclusive, ao outro homem.

O discípulo preferido (João) tem um papel importante na Paixão e na Ressurreição de Jesus. Na última Ceia está escrito a seu respeito: “Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, achava-se ao lado dele”. (Jo 13, 23). Jesus havia dito que alguém o trairia. Isso deixa seus discípulos desorientados. Por isso Pedro acena ao discípulo preferido: “’Pergunta de quem fala’; o discípulo então se inclinou sobre o peito de Jesus e lhe disse: ‘Senhor, quem é?’” (Jo 13, 24-25). Essa cena chamada “o amor de João”, inspirou muitos artistas medievais. João é representado quando repousa a cabeça no peito de Jesus, ou quando deita sua cabeça no colo de Jesus. É uma imagem de um profundo amor entre os dois, uma imagem de íntima amizade entre dois homens. Um deles repousa no outro. Muitas vezes Jesus colocou sua mão ternamente sobre a cabeça de João. Para homens, sempre é difícil mostrar seus sentimentos. A imagem do “amor de João” encorajou muitos a expressar seus sentimentos de amizade e a defendê-los. Na Idade Média, o “amor de João” foi um tema de mística. Hoje, essas imagens podem encorajar os homens a aceitar com gratidão seu amor por outro homem e a experimentá-lo como um lugar em que o amor de Deus os toca.

(Anselm Grün; “Lutar e amar; Como os homens encontram a si mesmos”, p. 148-149; Edições Loyola, São Paulo 2006)

Nenhum comentário:

Postar um comentário