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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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26 de outubro de 2010

Por que católicos não escutam o Papa?

Foi divulgada hoje no Vaticano, em coletiva de imprensa, por Dom Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, a Mensagem do Papa Bento XVI, escrita para o próximo Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que será celebrado 16 de janeiro de 2011. Novamente proponho aqui uma "leitura existencial" (talvez "existencialista"?), feita por um católico, homossexual. São vários trechos que chamaram a minha atenção, mas vale a pena ler o texto inteiro (aqui).

Em primeiro lugar, o próprio termo "refugiado". O Papa faz referência àqueles "que são forçados a deixar as suas casas ou a sua terra", cuja partida "é estimulada por diversas formas de perseguição, de modo que a fuga se torna necessária". Acredito que não seja imprescindível fornecer quaisquer provas para afirmar que, em inúmeros casos, exatamente esta é a experiência de muitos homossexuais... a fuga se torna necessária.

E o que propõe o Santo Padre, diante de tantas situações e tantas motivações daqueles que se tornaram refugiados, migrantes, andarilhos pelos caminhos do mundo?

Bento XVI dirige, em primeiro lugar aos próprios católicos, um claro e categórico apelo (queira Deus que os membros da Igreja escutem e obedeçam a voz do seu Chefe!):

1. Rezar a fim de que os corações se abram ao acolhimento cristão e trabalhem para que cresçam no mundo a justiça e a caridade, colunas para a construção de uma paz autêntica e duradoura.
2. Acolher os refugiados e dar-lhes hospitalidade é para todos um gesto obrigatório de solidariedade humana, para que eles não se sintam isolados por causa da intolerância e do desinteresse.
3. Todos os que são forçados a deixar as suas casas ou a sua terra serão ajudados a encontrar um lugar no qual viver em paz e em segurança.

A frase talvez mais inspiradora de todo o texto (na minha opinião) é esta:
A fraternidade humana é a experiência, por vezes surpreendente, de uma relação que irmana, de uma ligação profunda com o próximo, diferente de mim, baseado no simples fato de sermos homens.

Só para lembrar: o lema do próximo Dia Mundial do Migrante e Refugiado é "UMA SÓ FAMÍLIA HUMANA".

O Santo Padre, antes de invocar a intercessão de Maria Santíssima e conceder a todos uma Bênção Apostólica, encerra assim a sua Mensagem:
Queridos irmãos e irmãs, o mundo dos migrantes é vasto e diversificado. Conhece experiências maravilhosas e prometedoras, assim como, infelizmente, muitas outras dramáticas e indignas do homem e de sociedades que se consideram civis. Para a Igreja, esta realidade constitui um sinal eloquente do nosso tempo, que dá mais realce à vocação da humanidade de formar uma só família e, ao mesmo tempo, as dificuldades que, em vez de a unir, a dividem e dilaceram. Não percamos a esperança, e rezemos juntos a Deus, Pai de todos, para que nos ajude a ser, cada um em primeira pessoa, homens e mulheres capazes de estabelecer relações fraternas; e, a nível social, político e institucional, incrementem-se a compreensão e a estima recíproca entre os povos e as culturas.

...é preciso acrescentar mais alguma coisa?
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