ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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19 de outubro de 2010

O demônio do meio-dia (1)

Resolvi partilhar aqui algumas experiências da minha recente aventura com o livro de Andrew Solomon "O demônio do meio-dia; uma anatomia da depressão". Antes, um detalhe: há uns dias fui almoçar com o Deley e, ao recordarmos velhos tempos, ele me disse estar feliz por me ver assim (animado), diferentemente dos tempos passados (ainda recentes), quando me achava "meio-depressivo". Fiquei feliz por ele estar feliz (e estar feliz por minha causa), mas fiquei, tambem - como dizem por aqui - com uma pulga atrás da orelha, em relação àquela observação dele (a sobre os tempos passados, ainda recentes). Vou dizer assim: já encontrei pessoas com depressão, já li alguma coisa e sempre achei que só fica deprimido quem quer, ou seja: obviamente não fica quem não quer (e basta apenas não querer). Por este princípio meu, nunca admiti uma sombra de possibilidade, de eu mesmo estar um dia deprimido (porque nunca quis e sempre considrei um absurdo). Ficou, portanto, a bendita pulga atrás da orelha - talvez por ser o Deley a falar nisso (sempre levei a sério tudo que ele falava... principalmente quando dizia que me amava!). Enfim (voltando ao assunto), o almoço terminou e fomos caminhando ao lugar do seu trabalho. Deixei o Deley lá (e ele deixou saudade comigo) e, na volta para casa, parei numa banca de jornais para comprar cigarro. Lá estava ele. O livro. Comprei imediatamente. Tem mais de 800 páginas, é envolvente (ou viciante), assustador e hilário (depende do momento). O autor logo diz: não sou profissional no assunto, mas experimentei (ainda experimento!) a depressão. É claro: não é o diário de um deprimido, mas um saboroso fruto de experiência própria, misturada com a exaustiva e séria pesquisa. Esta une o estudo de textos profissionais e inúmeras entrevistas com as pessoas deprimidas. Outra observação minha: se alguém procura uma definição exata da depressão, vai encontrar muitas e nenhuma, ao mesmo tempo. Se procurar um remédio ou uma solução, vai encontrar pistas e exemplos, mas nada definitivo. Até porque esta é a natureza (ou, como diz o autor: a anatomia) da própria depressão. Nada definitivo. Nem definido. ...ainda não terminei a leitura, mas desde já recomendo. Para curiosos indico alguns lugares na internet que trazem apresentações do livro, resumos e alguns trechos: aqui, aqui e aqui (parece mais completo). Ah... e vou voltar aqui para falar sobre O LIVRO. (Segunda reflexão está aqui).

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