Dizer que a humanidade é uma grande família é repetir aquela linda teoria que não tem muito a ver com a realidade. No mesmo dia em que a presidente Dilma tinha afirmado que faz parte do bom senso não se meter nos negócios de outros países e que o que importa é que sejam reconhecidas as coquistas sociais na Venezuela (certamente, a vida que perderam os manifestantes, executados pelo regime do Maduro imaturo, não se enquadram nessas conquistas), um outro presidente, chamado Yoveri Museveni, lá em Uganda, disse: "Os estrangeiros não podem nos dar ordens. É nosso país. Eles devem nos apoiar, ou senão guardar sua ajuda. Eu aconselho aos amigos ocidentais que não façam deste assunto um problema, porque eles têm muito a perder". Será que ele se inspirou na "presidenta"? É claro, não podia faltar as referências religiosas. O deputado David Bahati, que promoveu a lei, considerou que esse "voto contra o demônio" é "uma vitória para a Uganda".
O primeiro pensamento que surgiu na minha mente foi: "Graças a Deus que eu não moro em Uganda"... O segundo (ainda no mesmo espírito mesquinho e egoísta) dizia: "Graças a Deus que Uganda não é uma potência, ou referência mundial, semelhante aos Estados Unidos". Mas, quando respirei um pouco e permiti que a notícia tocasse nas camadas um pouco mais nobres da minha humanidade, refleti: "Meu Deus! E os homossexuais de Uganda? Como agora será a vida deles?!"...
A lei prevê a sentença de prisão perpétua no caso de reincidência, criminaliza qualquer tipo de "promoção" da homossexualidade e obriga os cidadãos (certamente punindo qualquer desobediência nesse caso) a denunciarem qualquer pessoa que se identifique como homossexual. A pressão internacional obteve a correção do projeto original que incluía a pena da morte para quem fosse flagrado pela segunda vez realizando um ato homossexual. Como se sabe, porém, cada lei tem também uma dimensão educativa, portanto não serão muito surpreendentes os atos de "julgamento popular", com o direito ao linchamento dos acusados (se presenciamos isso no Brasil, imaginem em Uganda!)...
Só nos resta pedir a misericórdia de Deus e, com a mesma insistência, levantar a nossa voz em protesto, inclusive em campanhas de coleta de assinaturas e outras formas de apelos às autoridades do mundo todo. Ainda que tenhamos - como eu tive - os impulsos bastante mesquinhos e egoístas, tentemos pensar nos outros que, de fato, são nossos irmãos, apesar de morarem em um lugar tão distante e desconhecido.
PEÇA QUE OS LÍDERES DE UGANDA E DO MUNDO TODO PROTEJAM AS PESSOAS LGBT EM UGANDA. ASSINE A PETIÇÃO AQUI!
PEÇA QUE OS LÍDERES DE UGANDA E DO MUNDO TODO PROTEJAM AS PESSOAS LGBT EM UGANDA. ASSINE A PETIÇÃO AQUI!
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Obs. 1.: As informações obtive na página "Homorrealidade" e sobre a campanha de assinaturas, no facebook.
Obs. 2.: Achei curioso o fato de que, ao transmitir a mesma notícia nos telejornais da TV Globo, o apresentador William Bonner usou o termo "homossexualidade" e - mais tarde - outro apresentador, William Waack, a palavra "homossexualismo"...
Obs, 3.: Leia também, no Blog "Diversidade Católica", sobre o mesmo assunto: "O Núncio Apostólico em Uganda contra a nova lei anti-gay" e "A maré está virando contra a homofobia"
Obs, 3.: Leia também, no Blog "Diversidade Católica", sobre o mesmo assunto: "O Núncio Apostólico em Uganda contra a nova lei anti-gay" e "A maré está virando contra a homofobia"
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