ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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28 de outubro de 2010

O demônio do meio-dia (2)


Continuo a partilha da minha leitura de "Demônio do meio-dia; uma anatomia da depressão" de Andrew Solomon. A primeira parte desta minha reflexão encontra-se aqui. Há muita coisa que chama minha atenção no livro, mas hoje decidi falar de algo que, de certa maneira, está acontecendo na minha vida. Não, não estou detectando sintoma algum de depressão, graças a Deus, mas uma afirmação do autor, diante dos acontecimentos (remotos e atuais) da minha própria vida, me faz ficar um pouco mais atento.

Solomon escreve (na página 60):
Geralmente são os eventos da vida que desencadeiam a depressão. 'Um indivíduo está muito menos propenso a sofrer depressão numa situação estável do que numa instável', diz Melvin McGuinness, da Universidade Johns Hopkins. (...) Tais eventos envolvem tipicamente alguma perda - de uma pessoa querida, de uma função, de uma ideia sobre si mesmo - e se apresentam da pior forma quando envolvem humilhação ou uma sensação de estar preso numa armadilha.

Até aqui, nada demais, até parece óbvio. Entretanto, o autor, ao compartilhar a exrperiência do seu primeiro colapso depressivo, escreve: Eu só entrei em depressão depois de ter resolvido quase todos os meus problemas. Minha mãe morrera três anos antes e eu começara a me reconciliar com isso; estava publicando meu primeiro romance; me dava bem com a minha família; emergira intacto de uma poderosa relação de dois anos; comprara uma bonita casa; escrevia para a conceituada revista "The New Yorker". Quando a vida estava finalmente em ordem e todas as desculpas para o desespero tinham sido exauridas é que a depressão chegou, dissimulada com suas leves passadas, e estragou tudo. Estar deprimido quando se experimentou um trauma ou quando sua vida está claramente uma bagunça é uma coisa, mas sentir-se deprimido quando você finalmente está distanciado do trauma e sua vida não é uma bagunça, é horrivelmente confuso e desestabilizante. (p. 55).

Pois bem... "alguma perda", "humilhação", "sensação de estar preso numa armadilha" - exatamente hoje completam dois anos e, desde ontem à noite, tenho notícias de um desfecho feliz. Há coisas, ainda, a serem resolvidas, mas diante de tudo que já passou, posso considerá-las uma "marolinha" (usando a famosa expressão do presidente Lula). Pergunto, então, a mim mesmo: devo ficar atento para eventuais sintomas de depressão? Sem dúvida, ficarei. Certamente, este blog, trará todos os devidos relatos. Só para completar: por hoje, estou bastante animado.

26 de outubro de 2010

Por que católicos não escutam o Papa?

Foi divulgada hoje no Vaticano, em coletiva de imprensa, por Dom Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, a Mensagem do Papa Bento XVI, escrita para o próximo Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que será celebrado 16 de janeiro de 2011. Novamente proponho aqui uma "leitura existencial" (talvez "existencialista"?), feita por um católico, homossexual. São vários trechos que chamaram a minha atenção, mas vale a pena ler o texto inteiro (aqui).

Em primeiro lugar, o próprio termo "refugiado". O Papa faz referência àqueles "que são forçados a deixar as suas casas ou a sua terra", cuja partida "é estimulada por diversas formas de perseguição, de modo que a fuga se torna necessária". Acredito que não seja imprescindível fornecer quaisquer provas para afirmar que, em inúmeros casos, exatamente esta é a experiência de muitos homossexuais... a fuga se torna necessária.

E o que propõe o Santo Padre, diante de tantas situações e tantas motivações daqueles que se tornaram refugiados, migrantes, andarilhos pelos caminhos do mundo?

Bento XVI dirige, em primeiro lugar aos próprios católicos, um claro e categórico apelo (queira Deus que os membros da Igreja escutem e obedeçam a voz do seu Chefe!):

1. Rezar a fim de que os corações se abram ao acolhimento cristão e trabalhem para que cresçam no mundo a justiça e a caridade, colunas para a construção de uma paz autêntica e duradoura.
2. Acolher os refugiados e dar-lhes hospitalidade é para todos um gesto obrigatório de solidariedade humana, para que eles não se sintam isolados por causa da intolerância e do desinteresse.
3. Todos os que são forçados a deixar as suas casas ou a sua terra serão ajudados a encontrar um lugar no qual viver em paz e em segurança.

A frase talvez mais inspiradora de todo o texto (na minha opinião) é esta:
A fraternidade humana é a experiência, por vezes surpreendente, de uma relação que irmana, de uma ligação profunda com o próximo, diferente de mim, baseado no simples fato de sermos homens.

Só para lembrar: o lema do próximo Dia Mundial do Migrante e Refugiado é "UMA SÓ FAMÍLIA HUMANA".

O Santo Padre, antes de invocar a intercessão de Maria Santíssima e conceder a todos uma Bênção Apostólica, encerra assim a sua Mensagem:
Queridos irmãos e irmãs, o mundo dos migrantes é vasto e diversificado. Conhece experiências maravilhosas e prometedoras, assim como, infelizmente, muitas outras dramáticas e indignas do homem e de sociedades que se consideram civis. Para a Igreja, esta realidade constitui um sinal eloquente do nosso tempo, que dá mais realce à vocação da humanidade de formar uma só família e, ao mesmo tempo, as dificuldades que, em vez de a unir, a dividem e dilaceram. Não percamos a esperança, e rezemos juntos a Deus, Pai de todos, para que nos ajude a ser, cada um em primeira pessoa, homens e mulheres capazes de estabelecer relações fraternas; e, a nível social, político e institucional, incrementem-se a compreensão e a estima recíproca entre os povos e as culturas.

...é preciso acrescentar mais alguma coisa?
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25 de outubro de 2010

gay preconceituoso

Didier Eribon faz uma pergunta interessante no seu livro "Reflexões sobre a questão gay" (Editora Companhia de Freud; Rio de Janeiro, 2008; p. 13):
"Por que stranhos mecanismos da consciência ou do inconsciente um homossexual é (...) conduzido a se associar aos outros membros da 'tribo', embora passe uma boa parte de seu tempo a denegrí-los e achar detestáveis, ou até mesmo repugnantes, aqueles que encarnam outras maneiras de viver homossexualidade?"

Lembrei desta intrigante pergunta ao ler um texto no portal "MARINGAY", escrito pelo colunista Luis Modesto (o artigo na íntegra esta aqui). Por mais que o autor diga: "futebol e religião não se discute"; "acho que uma solução legal seria aquela do quadrado, lembram? (ado, ado, ado, cada um no seu quadrado?)" e outras coisas semelhantes, não deixa de levantar, de maneira cínica, uma questão que, para muitos - SIM, SENHOR - é importante: "Ultimamente a redação do Maringay tem recebido inúmeros textos sobre teologia inclusiva, de como é possível ser cristão e gay, releases de livros de espiritualidade para gays, e afins de todo valor e mérito…" E continua: "Fico cá pensando enquanto tomo meu café e afago Abigail, minha gatinha branca e de olhos de cor incomum: qual a importância dessa discussão nos dias de hoje – estado laico e liberal… hum?" Concluindo o seu brilhante pensamento assim: "Não tentei escrever algo floreado, com paninhos quentes ou dando tapinhas com luvas de pelica aqui, nem tão pouco elaborar grande raciocínio sobre o tema, apenas decidi dizer, claramente, que pouco me importa se os religiosos querem ir para o céu ou não, mas que, sim, desejo profundamente que nos deixem ir para o inferno em paz". O meu primeiro pensamento, ou sentimento, é de pena. É uma pena ver alguém que luta contra homofobia e, ao mesmo tempo, cultiva preconceito contra religião. Lamento muito mais, entretanto, não apenas pela arrogância do autor e pelo seu preconceito, mas pelo fato de ter sido um colunista com pretensões de representar (ou pior: tentar formar) a opinião dos homossexuais em geral (por exemplo daqueles que visitam aquele portal). Se fosse apenas uma voz em discussão sobre a relação entre a homossexualidade e a religião, não haveria problema. O que me irrita profundamente é a arrogância. E em relação à arrogância eu sou preconceituoso. Não tolero e basta.

24 de outubro de 2010

oração

No final deste domingo em que a Igreja lê a parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano (Lc 18, 9-14), transcrevo aqui alguns trechos de uma belíssima oração encontrada no blog "Gay Católico" (leia a oração inteira e conheça o blog aqui).

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Oh Meu Messias, Salvador de minha alma, meu Senhor Jesus Cristo, Vós, que nunca atirastes sequer uma única pedra em mim, olhai por nós. Vós, que dissestes que todo aquele que fizesse mal a uma criancinha fazia mal a Vós também, e que nunca comparastes este mal feito aos pequeninos à minha orientação sexual, clareai os espíritos malignos que se comprazem, por conta própria, em me comparar àqueles que são capazes de pecar mortalmente contra uma criança, algo que eu nunca fiz nem nunca farei.

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Vós, que nunca, em nenhum momento, por Vossa boca, dissestes que eu era uma ameaça à família e que minha presença manchava a harmonia de um lar, dai aos corações de pedra o entendimento de que meu amor é tão legítimo quanto qualquer amor, porque não existem subdivisões para a maior Graça e o maior dom de Deus: o amor ao semelhante. Vós, que sabeis quantas vezes apanhei nas duas faces, pelo simples fato de amar e ser amado, sobretudo por Vós, mostrai aos fariseus e aos maus samaritanos que somos todos iguais, e que dentro de mim habita um anjo da guarda enviado por nosso Bom Deus, que jamais me virou as costas nos momentos de maior necessidade, assim como nos momentos de maior alegria.
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Vós, que nunca me comparastes a Sodoma e Gomorra, e que sabeis que o meu coração procura a pureza da neve e a claridade do sol, levai a essas pessoas necessitadas o discernimento de que a bondade e a maldade, a concupiscência e o celibato, a pornografia e a inocência, o pecado e a santidade não têm nenhuma relação com homossexualidade ou heterossexualidade. (...)
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Vós, que fostes crucificado, oferecendo-vos em favor de cada um de nós, exigindo-nos apenas o amor a Deus e o amor aos nossos irmãos, dai-nos a Vossa Realeza, e o Vosso Santo Espírito de comunhão, que não segrega, mas ajunta, reúne, concilia e ampara. Vós, que nunca comparastes os gays aos assassinos, aos bandidos, aos adúlteros, nem a qualquer um que tenha pecado contra a carne, revelai a esses pequeninos carentes de Vós que Vossa palavra absolve até mesmo os assassinos, os bandidos, os adúlteros e a qualquer um que tenha pecado contra a carne, porque sei, Senhor, que não sou digno de que entreis em minha morada, mas basta-Vos uma só palavra e serei salvo. (...)
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Mostrai, Senhor Nosso Salvador, que, como disse Vossa Mãe, a sempre Virgem Maria de Nazaré, devemos fazer tudo o que Vós nos ensinastes, e que em Vossos ensinamentos não há nada que nos recrimine ou condene, nem que nos mande mudar nossa essência e nosso amor.
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Quanto a ser pecador, reconheço que meus pecados são mais numerosos do que os grãos de areia de todas as praias do Vosso lindo Planeta. Mas confio em Vosso julgamento, e confio em Vós quando dizeis que com a medida com que me julgarem serão igualmente julgados. Minha fé é inabalável: não colocais sobre meus ombros um peso que Vós mesmo, em toda a Vossa Infinita Glória, não seríeis capaz de suportar. Vosso jugo é leve e Vossa mão é suave; mas a mão que me atira pedra é áspera como a figueira estéril, e, por mais que essa mão me ofereça graciosamente a Vós em sacrifício pascal, o carneiro precisa ser imolado, mas ai da mão que o imolou: melhor seria nunca ter nascido, ou ter sido arrancada do corpo daquele que imolou o Cordeiro de Deus – assim ensinastes sobre Judas Iscariotes – porque é melhor que entre o corpo no céu faltando uma de suas partes, do que, estando inteiro, pereça inteiramente nos infernos. (...)
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Vejo, em minha pequenez, a tua face de Luz em todos. Não há uma só pessoa para quem eu olhe ou que eu toque com minhas mãos, apesar de todas as minhas muitas e incontáveis faltas, que não traga na pele o calor da tua alegria e da celebração de teu amor, pelo qual sempre viverei.
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Tua felicidade é meu ar. Não posso viver sem.

Por isso, além de pecador, sou gay.

23 de outubro de 2010

figueira na vinha


“Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha." (Lc 13, 6) - Jesus começa assim a parábola, lida hoje, no sábado da XXIX semana do tempo comum. Sempre, quando me reparo com este texto, fico pensando se era comum, naquele tempo e naquela região, plantar uma figueira dentro de uma vinha (para descobrir isso, preciso de um estudo de costumes de agricultores judeus dos tempos de Jesus). Usando de antropomorfismo em relação àqueles primeiros "personagens" da parábola, tento imaginar, como se sente uma figueira naquele ambiente. Certamente há uma sensação de ser diferente: "O que é que eu estou fazendo aqui? Todo mundo está me olhando!". Será por isso que a pobre figueira não conseguia gerar frutos? A parábola continua sobre aquele homem que "tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou". "Então disse ao agricultor: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra? ’" (13, 6-7). A impaciência do homem parece confirmar o pessimismo e a tristeza da figueira. Como se ele dissesse: "Esta árvore não deveria estar aqui. Está fora do lugar. Não combina com o resto. Está ocupando inutilmente a terra". A minha "leitura existencial" do texto leva-me à reflexão sobre a experiência da maioria dos homossexuais que vivem a sensação de estar fora do lugar, de "ocupar inutilmente a terra", só por ser diferente. Esta angústia está sendo alientada constantemente por aqueles que se acham "donos do mundo". Entretanto, vem aqui, a resposta do verdadeiro dono do mundo (o próprio Jesus, representado na figura do agricultor): "‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás'" (13, 8-9). O Senhor tem muita paciência para conosco. E não é apenas um ano (esta expressão, como todo o resto da parábola, tem o sentido alegórico). O Senhor cuida da gente, põe adubo, espera. Mais do que "adubo" (a sua Palavra, a sua graça, as pessoas de boa vontade, etc.), é a própria presença do Divino agricultor, que nos dá coragem e capacidade, para gerarmos frutos de amor, paz, alegria, sabedoria, perdão, criatividade... e tantos outros.

21 de outubro de 2010

Missão da Igreja - imensos espaços

No próximo domingo, 24 de outubro, será celebrado o Dia Mundial das Missões (ou Dia Mundial Missionário). Como de costume, o Papa Bento XVI enviou, para esta ocasião, uma Mensagem dirigida a todos (o texto na íntegra encontra-se aqui). Decidi trazer alguns trechos desta Mensagem, para mostrar, como o contexto de leitura, ou melhor, do leitor, consegue abrir novos horizontes, desde que haja a oportunidade de um diálogo respeitoso e tranquilo. Tal contexto, como meus (eventuais) Leitores sabem, é o de viver a identidade homossexual. Mais uma vez insisto na ideia de PASTORAL PARA OS HOMOSSEXUAIS. Uma das frases do Papa considero a mais inspiradora para tal ideia: "Caríssimos, neste Dia Missionário Mundial no qual o olhar do coração se dilata sobre os imensos espaços da missão, sintamo-nos todos protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho."

Evidentemente, “os espaços”, não precisam ser compreendidos apenas no sentido literal (físico ou geográfico). Um deles, sem dúvida, é o “espaço arco-íris”, que está esperando ansiosamente, há muito tempo, a presença atuante da Igreja missionária. Dentro do mesmo olhar ficam mais claras ainda outras afirmações do Pontífice. Os destaques no texto em negrito são meus:
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"Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, alimentada pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé, é uma condição para poder promover um novo humanismo, fundamentado no Evangelho de Jesus."

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"A Igreja convida-nos a aprender de Maria, mediante a oração do Santo Rosário, a contemplar o desígnio de amor do Pai sobre a humanidade, para amá-la como Ele a ama. Não é porventura este o sentido da missão? Com efeito, o Pai chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos naquele que é Dom de Salvação para a humanidade dividida pela discórdia e pelo pecado."

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"Numa sociedade multiétnica que experimenta cada vez mais formas preocupantes de solidão e de indiferença, os cristãos devem aprender a oferecer sinais de esperança e a tornar-se irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e, sem falsas ilusões nem medos inúteis, comprometer-se para fazer com que o planeta seja a casa de todos os povos."

"Missa GAY" em Londres

De acordo com o blog "Mundo alternativo" (link), neste ano (no período de preparativos para visita do Papa Bento XVI à Inglaterra), foi lançada em Londres, a Missa voltada aos homossexuais. O local designado para tal fenômeno é a Paróquia Our Lady of the Assumption and St. Gregory (Nossa Senhora da Assunção e São Gregório), em Soho, na região central de Londres. O pároco, monsenhor Seamus O'Boyle, explica: "As pessoas estavam acostumadas a se encontrar na igreja anglicana de St. Anne, que é próxima, e havia o sentimento de que era a hora de encontrar um local católico". A Arquidiocese de Westminster e autoridades do Vaticano negociaram para chegar a um acordo sobre algumas regras básicas da "Missa gay". O que o Vaticano queria era a garantia de que as Missas não se tornariam uma plataforma para se contestar os preceitos católicos nem promover qualquer mudança ou ambiguidade em relação aos ensinamentos da Igreja. Os integrantes do Conselho Pastoral de Missas de Soho, que organiza os serviços religiosos, não têm problemas em aceitar estas condições. "Este não é um lugar que oferece uma plataforma para se criticar a doutrina da Igreja", diz o presidente do conselho, Joe Stanley. "A ênfase é no cuidado com os fieis. Às vezes, as pessoas chegam aqui com lágrimas nos olhos, porque, pela primeira vez, duas partes realmente importantes das suas vidas se encontraram: sua fé católica e sua identidade sexual". Questionado pela BBC se há alguma razão que impeça a realização de missas semelhantes em outras partes do Reino Unido, o Arcebispo Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, diz: "Acho que esta é uma decisão a ser tomada por um bispo, e é uma decisão em resposta a uma necessidade dos fieis". Em outras palavras, se outros católicos gays pedirem pelo mesmo em outras regiões do país, isto pode ser levado em consideração. O Arcebispo Nichols diz que continuará a apoiar a missa, apesar das frequentes críticas de muitos católicos. "Esta é uma Missa paroquial para a qual todos estão convidados, mas ela tem um apelo particular a pessoas de uma mesma orientação sexual - não para distingui-las do resto da congregação, mas para dizer que elas podem se sentir em casa aqui. Eu acho que esta é a coisa certa, porque ela oferece lentamente, e isto é lento, uma chance para aqueles que se sentem sob uma grande pressão de identidade a talvez relaxar um pouco e dizer 'não, antes de tudo eu sou um católico e, como um católico, eu quero ir à Missa'", diz o Arcebispo. Em uma resposta dura aos críticos da Missa gay, ele diz que "qualquer pessoa que tente julgar as pessoas que se apresentam para a Comunhão realmente deve aprender a ficar quieta".
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A nós, agora, resta esperar, que a mesma ideia chegue (o mais rápido possível), também aqui, perto de nossa casa. Quem sabe, uma Pastoral para os Homossexuais, levada a sério, torne-se um caminho para concretizar, em nossas comunidades, este sonho. Ao assunto da Pastoral devo voltar aqui em breve...