No domingo passado a Igreja celebrou a Solenidade de São Pedro e São Paulo. A primeira leitura (At 12, 1-11) contou sobre a milagrosa libertação de Pedro da prisão. Além do carinho e simplicidade de Deus (Põe o cinto e calça tuas sandálias! Veste tua capa e vem comigo! vv. 7-8), impressiona o poder sobrenatural que se manifesta na própria saída da cadeia (As correntes caíram-lhe das mãos. Depois de passarem pela primeira e pela segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. vv. 7. 10). Entretanto, o mais curioso e inspirador é o texto deste mesmo capítulo de Atos dos Apóstolos, não incluído na própria leitura. A passagem lida na Missa termina com Pedro, sozinho, na rua, pois o anjo já o tinha deixado. Ao continuarmos a leitura, vemos Pedro dirigindo-se à casa de Maria, mãe de Marcos (é o próprio Cenáculo). [Pedro] Bateu no portão de entrada, e uma criada, chamada Rosa, foi atender. Ela reconheceu a voz de Pedro, e tanta foi sua alegria que, em vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali diante da porta. “Estás louca!”, disseram-lhe. Mas ela insistia. Opinaram então: “Deve ser o seu anjo”. Pedro entretanto continuava a bater. Finalmente abriram a porta. Viram então que era ele; e ficaram atônitos. (At 12, 13-16)
Enquanto Deus abre todas as portas aos seus amados e escolhidos, a porta da Igreja demora para abir. Enquanto os amados de Deus continuam batendo e chamando, há, dentro da comunidade, quem diga: "Estás louco(a). Não abre! Toma cuidado!". Entre tanta gente, também nós, homossexuais, ainda estamos diante da porta e continuamos a bater...
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