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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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3 de julho de 2011

Coração de Maria

Tendo celebrado a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (leia outra reflexão aqui), a Igreja comemora, no dia seguinte, o Coração Imaculado de Maria Santíssima. E não podia ser de outra maneira, pois estes dois corações, desde o início, agora e por toda a eternidade, permanecem em mais perfeita e profunda comunhão. É o modelo maior e a referência mais sublime de todas as relações de amor. O amor entre Deus e o homem, entre o Criador e a criatura, entre o Senhor e o servo (a serva), entre o Mestre e o discípulo (a discípula), entre a mãe/o pai e o filho(a). E mesmo que possamos usar o termo "sintonia" para definir tal relação entre os corações, devemos saber que as surpresas e os desafios fazem parte integral dessa experiência. O Evangelho escolhido para a liturgia de hoje (Lc 2, 41-51) traz uma revelação importante: o coração imaculado de Maria, este coração eleito desde toda a eternidade e amado por Deus de maneira especialíssima, não foi poupado em nada. O texto de Lucas mostra Maria e José cheios de angústia. Para a Mãe de Jesus era apenas o prenúncio de uma provação incomparavelmente maior, daquela vivida por ela ao pé da cruz. A conclusão é muito prática e dolorosamente palpável para todos que se decidem mergulhar no mistério existencial chamado amor. Seja num ato formal (casamento), seja no informal (e não menos real), as pessoas que se amam, declaram permanecer nessa união "na alegria e na tristeza". Nem todas elas têm a consciência de que as tristezas (angústias) constituem um dos elementos intrínsecos (indispensáveis e inevitáveis) do próprio amor. Mais! Provêm do amor e são a prova vital da autenticidade desse amor. Por isso, ao ouvirmos aquela pergunta (maravilhosa!): "Você me ama?", devemos ter coragem de traduzi-la para vários outros termos, entre os quais está: "você está pronto(a) de sofrer, ficar angustiado(a) por mim, ou, até, por minha causa?". Infelizmente, muitos acham que declarar o amor (e receber tal declaração), significa navegar num mar de rosas. Pode até ser, desde que não se esqueçam de que as rosas, além de lindas pétalas, possuem também os espinhos. Sem eles não seriam rosas. Sem angústias o amor não seria verdadeiro...

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