Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro... (Mt 16, 15, 18a)
Esta conversa de Jesus com Pedro entra ao contexto de várias outras passagens do Evangelho que tratam sobre a identidade do Filho de Deus revelada pelo Pai. Uma delas é a misteriosa experiência que tiveram três discípulos de Jesus (entre eles Pedro) no monte da transfiguração (cf. Mt 17, 1-9; Mc 9, 2-9; Lc 9, 28-36). Ali, a voz do Pai afirmou (assim como na hora do batismo de Jesus no rio Jordão: Este é o meu Filho amado! (cf. Mt 3, 16-17; Mc 1, 9-11; Lc 3, 21-22 e, com detalhes diferentes e o mesmo sentido, Jo 1, 33) Em outra ocasião, Jesus disse: Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Lc 10, 22; cf. Mt 11, 27) Ou seja, o Pai revela o Filho e o Filho revela o Pai (a quem quiser). O texto do Evangelho de hoje sugere mais um elemento, resumido sabiamente por duas frases da Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II, Gaudium et spes: Na realidade o mistério do homem só se torna claro verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado. (...) Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação. (n° 22) É neste sentido que leio aquela passagem: não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro... Da mesma maneira que as opiniões sobre a identidade de Jesus, citadas pelos discípulos (Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas. Mt 16, 14), são parciais e não alcançam a essência do seu ser, assim mesmo, o conhecimento do homem (por si mesmo e pelos outros), baseado apenas nos recursos de inteligência própria, ainda que contando com o apoio da ciência, não é capaz de responder à pergunta "quem é você?". Criam-se rótulos e alimentam preconceitos. Somente Deus sabe quem sou eu e só Ele pode (se quiser) revelar isso aos outros. Na prática, isso significa que a única maneira de enxergar um ser humano, sem cair na cilada de "classificação", é olhá-lo sob a luz de Deus, quer dizer, admitir que a minha visão seja parcial e, por isso, é necessário deixar aberta a questão de "como Deus está vendo essa ou aquela pessoa". A resposta é sempre a mesma: Deus está olhando com amor.
Falou sobre isso hoje o Papa Bento XVI, interpretando o texto do Evangelho previsto para 14° domingo do tempo comum (Mt 11, 25-30 - o texto omitido no Brasil, devido à comemoração de São Pedro e São Paulo): Quando Jesus percorria as estradas da Galiléia, proclamando o Reino de Deus e curando muitos doentes, sentia compaixão pelas multidões porque estavam cansadas e oprimidas, como ovelhas sem pastor. Ainda hoje [o olhar de Jesus] pousa sobre tantas pessoas oprimidas por condições de vida difíceis, mas também privadas de válidos pontos de referência para encontrar um significado e uma meta para sua existência. Multidões estão oprimidas nos países mais pobres, provadas pela indigência; e até mesmo nos países mais ricos são tantos os homens e mulheres insatisfeitos, até mesmo pessoas com depressão. Pensamos então nos numerosos deslocados e refugiados, naqueles que imigram arriscando suas vidas. O olhar de Cristo pousa sobre todas essas pessoas, ou melhor, sobre cada um desses filhos do Pai que está no céu, e repete: "Vinde a mim, vós todos..." O verdadeiro remédio para as feridas da humanidade, sejam aquelas materiais, como a fome e as injustiças, sejam aquelas psicológicas e morais causadas por um falso bem-estar, é uma regra de vida baseada no amor fraterno, e que tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso devemos abandonar o caminho da arrogância, da violência usada para obter posições de maior poder, para garantir o sucesso a qualquer custo. (Leia o resumo do pronunciamento de Bento XVI aqui e aguarde a publicação do texto na íntegra em português, no site do Vaticano - aqui).
Falou sobre isso hoje o Papa Bento XVI, interpretando o texto do Evangelho previsto para 14° domingo do tempo comum (Mt 11, 25-30 - o texto omitido no Brasil, devido à comemoração de São Pedro e São Paulo): Quando Jesus percorria as estradas da Galiléia, proclamando o Reino de Deus e curando muitos doentes, sentia compaixão pelas multidões porque estavam cansadas e oprimidas, como ovelhas sem pastor. Ainda hoje [o olhar de Jesus] pousa sobre tantas pessoas oprimidas por condições de vida difíceis, mas também privadas de válidos pontos de referência para encontrar um significado e uma meta para sua existência. Multidões estão oprimidas nos países mais pobres, provadas pela indigência; e até mesmo nos países mais ricos são tantos os homens e mulheres insatisfeitos, até mesmo pessoas com depressão. Pensamos então nos numerosos deslocados e refugiados, naqueles que imigram arriscando suas vidas. O olhar de Cristo pousa sobre todas essas pessoas, ou melhor, sobre cada um desses filhos do Pai que está no céu, e repete: "Vinde a mim, vós todos..." O verdadeiro remédio para as feridas da humanidade, sejam aquelas materiais, como a fome e as injustiças, sejam aquelas psicológicas e morais causadas por um falso bem-estar, é uma regra de vida baseada no amor fraterno, e que tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso devemos abandonar o caminho da arrogância, da violência usada para obter posições de maior poder, para garantir o sucesso a qualquer custo. (Leia o resumo do pronunciamento de Bento XVI aqui e aguarde a publicação do texto na íntegra em português, no site do Vaticano - aqui).
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