ESTE BLOG NÃO POSSUI CONTEÚDO PORNOGRÁFICO

Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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23 de junho de 2012

Retorno do "Retorno (G-A-Y)"


Meus amores, desculpem-me por ter abandonado este espaço virtual ao longo de vários meses. Não sei explicar diteito o que houve. Talvez tenha sido algo como deixar a roupa suja de molho ou um frango temperado de repouso para o dia seguinte... Aos eventuais preocupados digo: não deixei de ser gay nem de ser católico. Não desisti também da ideia de promover a reconciliação desses dois mundos, pois creio que, como aconteceu em mim, pode acontecer no mundo também. Acontecer o que mesmo? A reconciliação entre gay e católico, entre o "mundo gay" e a Igreja Católica. Antigamente este blog levava o nome de "Reconciliado consigo mesmo". Um dia desisti dele, mas, voltei correndo e criei este "retorno". Quem sabe, dei uma pausa agora, para reviver, de fato, um retorno.. Há muitos temas, várias reflexões, experiências boas e menos boas... Enfim ,creio que a inspiração tenha voltado.

Agora assistam um interessante (e provocante) vídeo:

2 comentários:

  1. Caríssimo irmão em Cristo,

    Encontrei este blog por acaso, pesquisando sobre o Ano de Fé. De início, fiquei perplexo com sua proposta de uma "reconciliação" do irreconciliável, da santidade da fé em Cristo com a profanação do "ato intrinsecamente desordenado", como indica o Catecismo da Igreja em seu artigo 2357, da homossexualidade. Confesso muito ter me irritado, a princípio, mas acho que sou chamado a prestar um pequeno testemunho que, se não muito fastuoso ou impressionante, é absolutamente verdadeiro e tem sido um real milagre em minha vida.
    Antes disso, gostaria de brevemente expressar o seguinte: o mundo que hoje nos envolve trabalha em várias frentes para nos incutir a noção desgraçada -- no termo mais literal da palavra -- de que a santidade seja irrealizável, inatingível, uma mera hipótese ou, pior ainda, uma mentira de religiosos hipócritas. Quer-se fazer acreditar existirem apenas, de um lado, pecadores, de um outro, sumos mentirosos. Tudo isto agora contesto, e é na esperança nutrida pela fé em nosso Santíssimo Senhor Jesus Cristo que digo que todo mal pode ser dominado, vencido, derrotado -- não escamoteado, como muitos propõem -- e que se quaisquer más punções se parecem muito mais fortes do que nós, infinitamente maior e glorioso é nosso Senhor, capaz de por sua graça derrotar todo pecado e toda dor em nosso nome caso n'Ele confiemos e n'Ele esperemos. E neste fôlego inicio meu singelo relato.
    Tenho sido viciado em pornografia desde muito cedo, tendo tido contato com tais infelicidades desde os 10 anos de idade, aproximadamente. De início, tudo sempre se parece com uma aventura, um mero explorar de si mesmo e do corpo feminino. É evidente, aí teve também início meu vício de masturbação, que, como o seu, figura como "gravemente desordenado" no catecismo. Apesar de um início aparentemente inofensivo, tenho certeza de que o vício que carreguei por toda minha infância distorceu minha percepção das mulheres e do verdadeiro amor conjugal. Além disso, lamento amargamente todo o tempo perdido com tais afazeres, tempo que poderia ter gasto estudando mais, me aproximando melhor de meus amigos e irmãos, servindo a Deus de qualquer maneira apropiada. Além disso, já há alguns anos, comecei a namorar com minha atual namorada. Fui imensamente infeliz em cooptá-la aos meus vícios, tendo ela nunca antes experimentado qualquer uma das duas coisas. Com o tempo acabamos explorando sexo sem penetração de todo tipo, e muito do real amor que tinha por ela acabou sendo reduzido ao pó de vontades insípidas de prazer, que ao contrário do que muitos dizem, nada contribuem à proximidade ou companheirismo do casal. A esta altura já eu queria fazer "sexo de verdade", felizmente sendo sempre rechaçado pela minha companheira. De qualquer maneira, após vários anos de namoro nosso relacionamento chegou a tamanha vacuidade que fez com que ela consideresse rompê-lo, dizendo que não encontrava mais em nós a proximidade e o amor que experimentara de início. Com a graça de Deus nos reconciliamos e nos propusemos a nos refrear um pouco, e isto por si só operou maravilhas em nós. Voltamos a conversar mais e revivemos a amizade que impulsionou nosso relacionamenteo desde início.
    (continua no post seguinte)

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  2. Algum tempo depois, iniciei uma boa jornada: apagando centenas de gigabytes de pornografia de meu sistema e decidindo que a partir dali não mais povoaria minha mente com tais estorvos. Já me faço livre da pornografia há cerca de três meses. Tempo adiante, comecei a querer me aprofundar em minha fé e passei a explorar algumas coisas do catecismo. Acabei por fim descobrindo a gravidade do meu outro pecado -- a masturbação -- que eu antes julgava inofensivo se fosse apenas "um alívio do corpo". Por alguns dias não tive muita certeza do problema nisso tudo, mas acabei confiando no julgamento da Igreja e obedeci. Desde então, fazem-se três semanas que abandonei o vício e que não mais peco for luxúria com minha namorada -- ainda é um pouco difícil! Experimento hoje uma vida muito mais produtiva e me sinto muito melhor comigo mesmo e com minha fé. Talvez contra-intuitivamente, me aproximo muito mais agora de minha namorada, e somos felizes na castidade. Nos aproximamos dos 20 anos de idade e pretendemos nos casar.
    Como disse antes, peço perdão pela precariedade do relato e pela singeleza de meus problemas frente a teus obstáculos muito maiores... De qualquer maneira, espero que estas palavras tenham ao menos derrubado a noção de que a castidade é impossível, e que nós, seres imperfeitos, podemos conquistar o que a Igreja nos ensina. Se teu desafio é muito maior, de Deus virá inspiração tão mais intensa, e tenho certeza de que se na fé puder esperar por uma saída da perversão da homossexualidade, poderá em Cristo encontrá-la. Estará em minhas orações. Pax Domini.

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