Realmente, abandonei um pouco este blog. Sinceramente, todo esse papo sobre a busca de diálogo entre o "mundo LGBT" e o "mundo católico", já conseguiu encher o meu saco (desculpem pela expressão!), embora tenha sido eu mesmo quem se comprometeu com esse assunto. A minha ausência - só para não ser totalmente injusto comigo mesmo - surgiu também devido às buscas em outras áreas, digamos, profissionais que, graças a Deus, ocupam uma parte do meu tempo (e da minha mente). Talvez, um dia, escreva sobre isso por aqui.
Isso foi uma tentativa de justificar a escassez das novas postagens no blog. E peço desculpas aos (eventuais) Leitores que, mesmo assim, procuram as novidades aqui. Eu realmente fico muito feliz com a presença e atenção de cada Leitor que o meu "contador de visitas" consiga detectar...
Um tanto desanimado distraído, encontrei hoje uma notícia interessante que gostaria de reproduzir aqui. Antes, queria dizer que percebo a diferença entre as opiniões pessoais de quem quer que seja (e por mais "católicas" que pareçam ser) e uma declaração oficial da Igreja, ou de uma instituição direta e legalmente ligada à Igreja. Ainda que as mais azedas declarações de um Padre Ricardo da vida tenham a grande influência na formação de mentes fanáticas de certos católicos, evidentemente, uma declaração clara (diria: feita com todas as letras) de uma instituição da Igreja católica tem - para mim - o peso e a importância muito maiores. E quando tal declaração é, finalmente, positiva e sensata, não posso não enxergar aqui um sinal de esperança dos tempos melhores.
Estou falando de uma nota oficial da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, publicada no perfil oficial da mesma no facebook (aqui) e divulgada, também, pelo portal 'brasilpost'.
Parabenizo os membros da Comissão Justiça e Paz pela coragem e clareza de sua declaração!
Eis a nota:
Nota
da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Fiel
à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e
civilizatórios dos Direitos Humanos, a Comissão Justiça e Paz de
São Paulo (CJPSP) vem a público manifestar-se por ocasião da 18ª
Parada do Orgulho LGBT que se realiza na Av. Paulista no próximo
domingo, dia 04 de maio de 2014.
Nosso
posicionamento se fundamenta na Constituição Pastoral Gaudium et
Spes, aprovada pelo Concílio Vaticano II, que diz: “As alegrias e
esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo
dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e
as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de
Cristo; e não há realidade verdadeiramente humana que não encontre
eco no seu coração.”
Assim,
a defesa da dignidade, da cidadania e da segurança das pessoas LGBT
– lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – é
imprescindível para a construção de uma sociedade fraterna e
justa. Por isso não podemos nos calar diante da realidade vivenciada
por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da
violação sistemática de seus Direitos Fundamentais tais como a
saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros.
Além disso, enfrentam diariamente insuportável violência verbal e
física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de
ódio.
Diante
disso, convidamos as pessoas de boa vontade e, em particular, a todos
os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta
das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação,
guiados pelo supremo princípio da dignidade humana.
São
Paulo, 30 de abril de 2014.
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