Segundo Augusto Cury (autor da teoria sobre a inteligência multifocal, comentada em mais de 20 livros) o fato de não ocultar os defeitos humanos dos discípulos de Jesus é uma das provas de autenticidade do Evangelho. Podemos, de fato, apontar inúmeras falhas e limitações daqueles homens. O apóstolo Pedro, por exemplo, é um mestre em imperfeições e, ao mesmo tempo, uma pedra bruta, lapidada pacientemente pelo Senhor, até alcançar a beleza de um diamante na hora do testemunho supremo, o martírio (não descrito na Bíblia, mas relatado pela tradição cristã).
Hoje a liturgia traz o nome de um outro discípulo de Jesus, Natanael, mais conhecido com o nome de Bartolomeu. Segundo os biblistas, o nome mais popular daquele homem aponta o pai dele, Tolomeu (sendo o prefixo "bar" o sinônimo de filho). O Evangelho lido hoje na Missa (Jo 1, 45-51) revela sua natureza preconceituosa: Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” (vv. 45-46). No questionamento de Natanael identificamos com facilidade as dúvidas e perguntas retóricas presentes, também, em nossa própria mentalidade. Seja um país, uma cidade, um grupo específico da sociedade, nós também perguntamos: "dali pode sair coisa boa?" Basta ler, por exemplo, alguns textos oficiais da Igreja sobre a homossexualidade, para detectar esse "espírito de Natanael". Acrescentemos: Natanael antes de seu encontro pessoal com Jesus. Neste sentido a resposta de Filipe é simples e reveladora: "Vem ver!". Uma resposta eficaz que se parece com a palavra de ordem.
Resta-nos apenas recomendar essa ordem a todos que (ainda) questionam o "mundo GLST" como algo que não tem capacidade de gerar "coisa boa". Digo: "Vem ver!"
A tradição diz que Natanael (Bartolomeu) morreu por esfolamento.
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